Ela pintou as unhas de vermelho
e ao pousar a mão no papel
viu o futuro.
Sem ser no papel?
Aqui outra vez?
Talvez seja boa ideia. Está-me a apetecer. Agora.
Agora. Amanhã não sei. Amanhã poderá vir outra vontade. Amanhã poderei querer voltar a pintar. Quem sabe?
Eu não. Eu não sei nada. Eu sei que gosto de estar aqui, gosto de olhar para as árvores cheias de folhas verdes, gosto quando não há carros a passar, gosto dos filmes que se desenrolam na minha cabeça.
Divaga. Sempre o fiz bem. Arte? Sim. É arte, sim. Para mim.
Para ti? Para ti nada. Só para mim. As árvores, os carros que não passam, os filmes... Tudo isso é meu.