sexta-feira, novembro 28, 2014

Sparkles Dance

"Do you remember how the electric spark that we felt when we first touched never went away?

That lightning lives inside me still and will always shock you ever so slightly when any piece of me touches any piece of you for no reason at all?

Put your fingers to mine and watch the sparkles dance."

quarta-feira, novembro 19, 2014

Um Papel que Encontrei

Está tudo tão vazio. Pensamos que estamos bem, mas não estamos. Pensamos que alguma parte da vida começa a girar a nosso favor, mas não começa. Desilusão atrás de desilusão. Acho que é o que eu mereço. Devo ter escrito isso um dia nalgum lado. Uma sombra teima em pairar em cima de mim. Uma folha em branco é preenchida por palavras para de seguida ser amarrotada e atirada para a chuva, onde se desfaz. Nunca existiu.
Eu nunca existi. Alguém me escreveu. Mas fui tão mal escrita que sou apenas um fantasma daquilo que foi imaginado. Sim, eu. Tenho a mania que sou forte. Tenho a mania que aguento todos os pontapés, mas, no fundo, sou mais frágil do que uma flor seca. Só conto as folhas. Essas também deviam estar a ser aproveitadas por alguém mais digno. Não tenho o valor que o escritor ambicionou. Gosto de quem sou, mas não do que tu vês. Tu nem sequer existes.
O passado morreu. Morre sempre. Quase já não o sinto. Praticamente já nem me sussurra ao ouvido. Era. Foi. É tudo tão estranho. Demasiada intensidade, dizia alguém. Sim. Tanta. Pior inimiga, sempre.
Escreve. Escreve, que assim limpas a alma. Se o meu retrato envelhecesse e mostrasse a minha (sua) expressão com tudo o que flui cá dentro, seria a imagem mais feia do mundo.
Espera. Nada disso ela é. Tão poucos. Tão poucos sabem.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Vi uma Borboleta com Asas de Joaninha

Tanto falaste em borboletas que elas começaram a aparecer. Chegaram disfarçadas. Umas em forma de número, outras em forma de beijo lento. Umas, mais óbvias, escritas numa canção. Até "borboleta" ele te chamou.
Contos de fada... Não, não existem. Mas as borboletas, elas sim, voam por aí depois da metamorfose. E acho que foi isso que ele viu em ti. Viu-te deixar o casulo. Foste como uma lufada de ar fresco na vida dele. Mas, no final, ele não soube lidar com a tua metamorfose. Não te conheceu submissa. A primeira vez que pôs os olhos em ti, já tu estavas na fase final de mudança.. A primeira vez que te viu sentada no café ao fundo da rua apinhada de gente, já tu tinhas uma das asas de fora. "Era impossível não reparar em ti, foste a primeira pessoa que vi" - como com qualquer elogio que recebes, olhaste para baixo e sorriste. 
Toda confiança que te caracterizou, foi-se apagando à medida que mostravas mais o que as tuas asas escondiam. "É o que de mais genuíno há em ti". 
Tiveste muito medo.  
Os bons momentos voam quando os estamos a viver. E os vossos voaram, foram cinematográficos. 

Saíste de casa triste naquele dia em que só o sol te aquecia o corpo. E na relva, esvoaçava uma borboleta. Tinha as asas vermelhas com pontos pretos. Nunca tinhas visto uma borboleta com aquelas cores, com aquelas asas. Pousou em várias flores, folhas, ramos até desaparecer por entre os arbustos. Era uma borboleta com asas de joaninha. Eras tu.