quinta-feira, novembro 06, 2014

Vi uma Borboleta com Asas de Joaninha

Tanto falaste em borboletas que elas começaram a aparecer. Chegaram disfarçadas. Umas em forma de número, outras em forma de beijo lento. Umas, mais óbvias, escritas numa canção. Até "borboleta" ele te chamou.
Contos de fada... Não, não existem. Mas as borboletas, elas sim, voam por aí depois da metamorfose. E acho que foi isso que ele viu em ti. Viu-te deixar o casulo. Foste como uma lufada de ar fresco na vida dele. Mas, no final, ele não soube lidar com a tua metamorfose. Não te conheceu submissa. A primeira vez que pôs os olhos em ti, já tu estavas na fase final de mudança.. A primeira vez que te viu sentada no café ao fundo da rua apinhada de gente, já tu tinhas uma das asas de fora. "Era impossível não reparar em ti, foste a primeira pessoa que vi" - como com qualquer elogio que recebes, olhaste para baixo e sorriste. 
Toda confiança que te caracterizou, foi-se apagando à medida que mostravas mais o que as tuas asas escondiam. "É o que de mais genuíno há em ti". 
Tiveste muito medo.  
Os bons momentos voam quando os estamos a viver. E os vossos voaram, foram cinematográficos. 

Saíste de casa triste naquele dia em que só o sol te aquecia o corpo. E na relva, esvoaçava uma borboleta. Tinha as asas vermelhas com pontos pretos. Nunca tinhas visto uma borboleta com aquelas cores, com aquelas asas. Pousou em várias flores, folhas, ramos até desaparecer por entre os arbustos. Era uma borboleta com asas de joaninha. Eras tu. 

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