domingo, novembro 15, 2015

Quando não consegui escrever

Há dois... Há um... 
Há o agora. 
Imaginá-lo seria impensável. Assim como o foi... Há dois... Há um...

Nunca é como imaginas, nunca estás à espera das coisas que mais em ti se entranham. Só percebes na altura do adeus. Quando mais uma vez algo não correspondeu ou quando algo apareceu apenas para ser explorado. Para te devorar as entranhas e depois sair sem se despedir. Mal educado! Não pede autorização para entrar e depois também se vai embora sem perguntar se te vai fazer falta, sem perguntar se ainda pode fazer algo por ti. Mal educado... Tu, ele e todos. 

Estive a ver os de há dois e os de há um... Foram situações tão diferentes, foram sentimentos tão novos. Foi tudo novo. A única certeza que tens de há dois, é que sentiste tudo o que havia para sentir e conseguiste salvar-te do tremor de terra a que tudo de ti foi sujeito. Hoje, revês esses momentos com nostalgia até. Não gostavas de voltar a passar por eles, mas se não fossem eles... Se não fossem eles, hoje não escreverias assim. O de há um ainda hoje te remexe as ligações racionais e irracionais. Remexe pouco, mas o suficiente para precisares de escrever. Mais uma vez, sem pedir autorização para entrar, entrou e saiu de rompante. Volta em ondas ou volta em memórias, mas volta. Dá voltas e voltas dentro de ti. Não querias e sempre disseste que não. No final... No final perdeste a batalha contra ti mesma. No final admitiste que afinal fazia todo o sentido.

Serão os finais sempre um sinónimo para "tarde demais" ou serão eles novos princípios ao percebermos o que queremos? Quando digo que algo chegou ao fim normalmente associo a conclusões, logo parece que chegou ao fim. No entanto, também sei que cada fim abre espaço a algum novo começo. É assim a volta... Só se começa algo depois de acabar algo que também algum dia começou. 

Sonho demasiado acordada. Deixem-me estar. 

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