Ouvir um piano tocar quase sempre me emociona.
É tão mágico que um instrumento consiga expressar tudo aquilo que eu te quero dizer e não consigo.
É tão mágico que um instrumento consiga expressar tudo aquilo que eu te quero dizer e não consigo.
Não consigo, porque ainda nem sequer tentei.
Acho que se te chamasse, tu vinhas.
Acho.
Não tenho certezas de nada.
Há dias e há noites e há músicas que tocam.
Há ideias que se formam e há conteúdos que não se partilham.
Porquê? Não se partilham porquê?
Se soubesse responder a essa pergunta talvez não estivesse a escrever aqui.
Já sabes que quando aqui escrevo...
Quando aqui escrevo estou em mim, comigo e não consigo sair.
Quando aqui escrevo procuro respostas.
Quando aqui escrevo sinto-me a afundar.
Quando aqui escrevo vou ainda mais longe do que devia.
Quando aqui escrevo tento dissecar-me.
Pára. Dirias. Fala comigo.
Manda-me uma mensagem. Liga-me. Bate-me à porta.
Não te feches em ti.
Fecho-me em mim por receio de te intimidar.
Por receio que te afastes.
Por receio que me vejas complicada.
Sou complicada, sou obscura, por vezes incompreensível.
Formo labirintos na cabeça e procuro saídas.
Emaranho linhas e fico presa nos nós.
Sou difícil de perceber, demasiado profunda para ler.
Fecho-me aqui. Fecho-me assim.
Receio que não gostes de puzzles e que perca o encanto aos teus olhos.
Vou-me fechar hoje.
Vou-me deitar triste.
Vou ouvir mais pianos a tocar. Deixar que as melodias me levem.
Talvez para me perder.
Talvez para me desapegar.
De ti.
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