domingo, janeiro 22, 2023

Túlipas amarelas

Pouco tempo em Amesterdão. O suficiente para perceber que tenho voltar a passear por aquelas ruas. O suficiente para perceber que tenho de me sentar a beber um copo de vinho num qualquer barco, num qualquer canal. Estava frio quando estive em Amesterdão. Não muito. O suficiente para eu achar que está muito frio. Não é preciso muito. Já foi preciso mais. Para eu achar que está frio. 

A Night-Blooming toca. A primeira vez que a ouvi estava em Amesterdão. Sempre que a oiço (ouço? - ambas as formas são corretas - ok) transporto-me para o momento em que perguntei o que estava a tocar. Sempre que a oiço apetece-me dançar. E danço. E estou no meio de uma sala cheia de gente. E não vejo ninguém. E mexo-me e salto de um lado para o outro. E o cabelo abana. E os braços vão para a cima e para baixo. E um sorriso forma-se. E quase que me emociono com esta imagem.

Já dancei muitas vezes embalada por esta voz e por esta batida em crescendo. Apetece-me dançar agora. Dançar mais uma volta antes de continuar a escrever. Será que escrevo de forma diferentes se for dançar e depois voltar? Será que volto com outras ideias? Não, não vou testar agora. Está frio e as duas mantas em cima de mim geram um certo impedimento. No entanto, o sorriso não sofre impedimentos e rasga-me a cara. 

Only in darkness does the flower take hold, it blooms at night. Preciso da escuridão, da noite, de me perder, de me enterrar em sensações e ideias tenebrosas. Perco todo o otimismo e a esperança dissipa-se do meu universo. Tudo negro para que aos poucos possa voltar a deixar a luz entrar. A luz volta sempre a entrar. Há sempre uma fissura que chama a claridade e, pouco a pouco, permito-me voltar a ver o mundo através das lentes boas. Através das lentes que devia usar todo o tempo, porque está tudo bem, porque se deixa a vida andar, porque não tem de ser tudo complicado. Será que consigo fazer a escolha sensata da próxima vez que for invadida pelo dark side? Será que consigo controlar isto? Sei lá. A informação está presente, mas também sei que às vezes é preciso irmos dar um passeio ao fundo de nós para voltarmos iluminados. Para sermos mais nós. 

Por agora fico com a música. Com esta e com todas as outras que me embalam e dão mais sentido aos meus dias.

E deixo-me maravilhar com a conclusão que sempre tive uma flor favorita.

sexta-feira, janeiro 20, 2023

É

 Männer denken nicht so viel nach.

segunda-feira, janeiro 16, 2023

Quando a felicidade mete medo

Pensar. Pensar em como vou sair deste estado. Primeiro gostava de perceber o que me fez chegar a este estado. O que foi? Ontem parecia estar tudo bem. Hoje acordo e o mundo está escuro, cinzento, negro. Todas as cores supostamente representativas de algo mau. Entro em mim. Durmo. Acordo. Cansaço. Arrumo. Arrumo porque procuro ordem. Procuro ordem na minha cabeça e não a encontro. Busco então por ela no mundo físico. Tenho a cabeça desordenada porquê? Parecias estar tão bem. Sempre que falas no assunto dás ênfase ao equilíbrio. Estarás tu a mentir a ti própria mais uma vez? Outra vez? A sério... Cresce. 

Vou desistir destas merdas. 

E agora? E agora está tudo na mesma. Vejo o mundo escuro. Hoje está tudo tão escuro. Não me lembro de te ver assim. Sentes que estás fora de controlo. O resto do mundo mantem-se funcional e tu... tu deixaste-te cair. Lembra-te que é hoje. Só hoje. 

Dá-me palavras que confirmem que não foi mais uma ilusão. Deve ter sido. É assim que funciona. Tu estás sozinha aqui e vais sempre estar. É a realidade que todos temos medo de encarar. Podes contar contigo e só contigo. As outras merdas são ilusões momentâneas que alimentam ciclos da vida para que formemos recordações, para que acreditemos que sim, que isto até vale a pena. 

domingo, janeiro 08, 2023

Sensações

Novas.
Inesperadas.
Agradáveis. 

Inconvenientes? 
Inoportunas?
Inadequadas?

Aconchegantes. 
Arrebatadoras.
Alegres.

Sabotagem consciente?

sexta-feira, janeiro 06, 2023

Tintas

É como se ele tivesse pintado um pequeno mundo só para mim. 
Há sempre um céu.
Há sempre caos. 
Há sempre reencontro.