All of our stories in her story. E a noção cada vez mais presente de que isto tudo passa demasiado rápido.
terça-feira, outubro 31, 2023
segunda-feira, outubro 30, 2023
Entre os 34 e os 35
Apetece-me ir a concertos.
As coisas evoluem ou morrem.
Dehors il fait du vent. Chez moi, je fais des mots.
O papel se for apanhado pela água, desfaz-se. Eu, se for apanhada por ti, tens sorte.
Decorar a árvore de Natal com aviões de papel.
Metal heart?
Saramago também só publicou depois dos 60 anos.
Con - su - mismo.
Kleine Fortschritte aufschreiben.
A love song about overthinking?
Find a girl that'll make your head spin. Find a boy that'll take you out dancing.
Pinguins imperadores.
Timings são tão importantes como as linhas.
Waking life.
Some people are places to live in.
Fascínio com a memória e os seus truques.
Eu nem sequer gosto de ti.
Se o queres... Mostra!
Sobre ter calma e gerir expectativas.
Vamos dissecar-nos mutuamente?
Detalhes que a uns irritam e que a outros fazem querer voltar.
Temos um problema ou a solução?
Quem lhes dera entrar no teu planeta.
Não mais sem sentido.
Também isto vai ser uma história.
Queria falar contigo, mas é tarde. Queria falar contigo, mas não sei se é melhor não falar. Queria falar contigo, mas és um estranho sem ser. Queria falar contigo e devia simplesmente fazê-lo.
Lauryn Hill always.
Fazer anos e...
domingo, outubro 29, 2023
sábado, outubro 21, 2023
(Quase) Todas as minhas coisas maravilhosas
O barulho da chuva a cair lá fora.
Ouvir uma música que não ouvia há muito tempo e ser transportada para outro lugar.
Beber água com gelo.
As unhas acabadas de pintar.
Ganhar consciência e fechar capítulos.
O riso deles.
Brincar. Provocar. Saber que posso.
Ter consciência de que em menos de um minuto tudo pode mudar.
Cabelo molhado, acabado de pentear.
Mousse de leite moça.
Comida da mãe.
Dormir a noite inteira.
O mar.
Liberdade.
Ser tia Joana.
Céu azul.
Café.
Música ao acordar.
Música a caminhar.
Música a cozinhar.
Música a tomar banho.
Música em omnipresença.
Criar playlists.
Perder-me nos diálogos de um filme.
A minha cama feita de lavado.
Dançar sozinha na sala.
Dançar numa sala cheia de gente e sentir-me sozinha.
Fechar os olhos em cima da bicicleta.
Um segredo dito ao ouvido.
Festinhas que arrepiam.
Olhos verdes.
Estar a ver um concerto e sorrir.
Um mergulho no mar e por lá ficar até a pele enrugar.
Um beijo salgado.
Quando vejo o T. depois de muito tempo e falamos sem falar.
Uma conversa que faz as horas voar.
Fotografias antigas.
O banho depois do ginásio.
A voz do Alex Turner.
Passeios por entre o verde.
Acabar um livro que não queria que chegasse ao fim.
Descobrir como usar uma palavra nova.
Ir ao supermercado noutro país.
Acordar sem despertador.
Quando o avião aterra.
Cozinhar, escolher filme, sofá, só eu.
A minha casa acabada de arrumar.
Mandarinas doces e sem caroços.
Dar um passo de cada vez.
Quando me dizem que sou especial.
Pasta quando as hormonas pedem.
Escrever em papel.
Uma voz especial dizer o meu nome.
Ficar na cama de manhã. Por tempo indeterminado. Acompanhada.
Perder a noção das horas a olhar para livros. Não comprar nenhum.
Saber que esta lista nunca terá um fim.
domingo, outubro 08, 2023
Acto 2 - as histórias que se contam
Gosto muito de falar de mim e tenho sede de conhecimento. Vais achar que te apaixonaste por mim. Não vais perceber (logo) que sou narcisista.
Estou aqui só de passagem. O meu voo foi cancelado. Vou falar contigo sobre a tua cidade, sotaques, palavras em português e crypto. Vais sorrir durante 2 dias seguidos.
Gosto de ser excessivamente pateta. A minha maneira de falar vai-te irritar. O meu humor não vai ser compatível com o teu. Vamos beber demasiado vinho. Vais detestar encontrar o meu relógio partido na cómoda do teu quarto.
Quero ir viver no campo. Vais adorar o meu gosto musical. Vou-te mostrar um álbum que vais gostar, mas que rapidamente vais voltar a esquecer. Não vou conter a surpresa quando me começares a contar sobre o teu portefólio. Vais-me pedir para falar em holandês e vais-te surpreender com tudo o que percebes.
Tenho uma cabeça cheia de ideias. Sou a pessoa que pior te conhece mas que melhor te compreende. Vou-te preparar cocktails de verão. Tu vais-me tirar uma fotografia enquanto escrevo um poema sentado no parapeito da tua janela a fumar um cigarro. Vamos cantar em alemão. Vou tentar ensinar-te finlandês. Vou falar uma hora ao telefone com a senhora que me ajudou quando vivi nos Estados Unidos. Vou-te inspirar.
Sou médico e gosto de o mostrar. Vais-te sentir incomodada com perguntas que faço e coisas que digo. Vou despertar em ti uma onda de mudança.
Nunca tenho oportunidades destas. Vou-me deixar hipnotizar pela tua forma apaixonada de falares sobre os teus interesses. Vais cringe. Vais guardar a peripécia só para ti. Vais-me pedir desculpa eventualmente e reequilibrar a tua mente.
Gosto de tudo o que tenha açúcar e sou feito de açúcar. Vou-te mostrar que nem tudo é impossível e ensinar-te que te podem tratar bem. Vais concluir, mais uma vez, que quando é, é e quando não é, não há nada a fazer.
Somos tão iguais, mas também tão diferentes. Vais comprar um livro para mim que nunca me vais dar. Vais escrever a dedicatória e esperar o momento certo. O momento certo não chega. Sabes que tens de te proteger, sabes que isto se pode transformar em algo pouco saudável. Admiras a tua maturidade emocional. Admiras a tua capacidade de saber sair quando o momento chega. Mostro-te que há muitas ligações bonitas à tua espera.
Aventura. Soberba capacidade de fazeres o que te propões. Hoje em dia.
Sou igual a ti. Tu és igual a mim. Por isso mesmo temos de nos afastar. Deixo-te dois copos de vinho de tamanhos diferentes em casa. Não tens espaço para eles no armário. Criamos um lugar seguro. Falamos da Alda Lara, de concertos e dos discos que pomos a girar. Faço-te perguntas que te incomodam e vais começar a dar mais atenção aos teus sonhos. Despedimo-nos sabendo que nunca mais nos vamos ver. Ambos sabemos que é assim que tem de ser.
Gostas da forma como pronuncio algumas palavras. Não gostas da minha falta de maturidade. Percebes que não há forma de contornar o que não é natural. E está tudo bem.
Acto 3
sábado, outubro 07, 2023
Quero percorrer as tuas pernas com uma caneta
Vou começar nos calcanhares.
Subir devagarinho até aos teus joelhos,
depois descer,
depois voltar a trepar.
Traço uma linha pela tua coxa.
Uma só.
E a tua barriga oscila.
Esboço estradas infinitas.
Primeiro na perna esquerda.
Depois na perna direita.
Já não vejo o teu sorriso tímido.
Contemplo esses olhos que me arrebatam.
Contorno agora a tua barriga.
A minha mão é guiada pela tua respiração.
Sei que me estás a pedir um beijo.
Quero muito dar-te um beijo.
Não dou.
Tu não me puxas para ti.
Vá, vamos ficar neste limbo.
Procura afeto noutros corpos.
Finge que a tinta da caneta é transparente.
Finge.
E eu finjo contigo.
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