Vou começar nos calcanhares.
Subir devagarinho até aos teus joelhos,
depois descer,
depois voltar a trepar.
Traço uma linha pela tua coxa.
Uma só.
E a tua barriga oscila.
Esboço estradas infinitas.
Primeiro na perna esquerda.
Depois na perna direita.
Já não vejo o teu sorriso tímido.
Contemplo esses olhos que me arrebatam.
Contorno agora a tua barriga.
A minha mão é guiada pela tua respiração.
Sei que me estás a pedir um beijo.
Quero muito dar-te um beijo.
Não dou.
Tu não me puxas para ti.
Vá, vamos ficar neste limbo.
Procura afeto noutros corpos.
Finge que a tinta da caneta é transparente.
Finge.
E eu finjo contigo.
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