Gostava de ser uma voz gravada numa canção para alguém daqui a 70 anos ouvir e (des)aprender algo sobre o amor.
quinta-feira, maio 25, 2023
domingo, maio 14, 2023
Corda bamba
Confia, disse ele.
Somos sempre jovens.
Mesmo com barbas brancas,
mesmo com rugas formadas por choros e sorrisos,
mesmo quando precisamos de uma mão para descer as escadas.
Precisamos sempre de uma mão para descer as escadas.
É aconchegante.
Nem sempre a temos.
A maior parte das vezes vamos sozinhos.
Andamos sozinhos à procura de respostas.
À procura de perceber a passagem do tempo,
à procura de entender de que se faz o amor afinal,
à procura de desatar as nossas falhas,
à procura de olhar para tudo com mais humildade,
menos certezas, mais inocência.
Dá a mão a ti mesma.
Observa os adultos a andarem de um lado para o outro,
atarefados, concentrados em qualquer coisa que não consegues compreender.
Preocupados, assoberbados. Com quê?
Ele não param, não se encontram consigo mesmos
Parar traz verdades que não têm coragem de encarar.
Segue.
Segue assim tu.
Ouve as canções de embalar.
Prende as palavras que te chamam a atenção.
Deita fora o receio de te mostrares vulnerável.
Caminha sobre a corda bamba com mais firmeza.
Segue assim.
Não queiras descobrir todos os sentidos escondidos.
Não já.
sexta-feira, maio 05, 2023
Isto não se chama afasia
Esquece as filosofias,
Presunções, sabedorias.
Levada por impulso,
Escrevo linhas em forma de verso.
Escrevo para me salvar de algo.
Talvez para me esconder do universo.
Percebo que escrevo para ti.
Tento parar, não consigo.
Tira as tuas mãos de mim,
Vamos lá parar com as fantasias.
Isto não tem sentido.
Parar? Travar?
Presunções, sabedorias.
Levada por impulso,
Escrevo linhas em forma de verso.
Escrevo para me salvar de algo.
Talvez para me esconder do universo.
Tento parar, não consigo.
Tira as tuas mãos de mim,
Vamos lá parar com as fantasias.
Isto não tem sentido.
Não.
Não eles.
Não eles.
Não agora.
Não agora que já te vi ao fundo
das escadas.
Não agora que parei à tua frente e te olho nos olhos.
Não agora que a pressão magnética me obriga a dar-te um beijo.
O mundo congela.
Os teus lábios encontram os meus,
mordem os meus, comem os meus.
A tua língua brinca com a minha, pede-me mais.
As tuas mãos descem pela minha cintura,
apertam-me, deslizam,
Não agora que parei à tua frente e te olho nos olhos.
Não agora que a pressão magnética me obriga a dar-te um beijo.
A tua língua brinca com a minha, pede-me mais.
As tuas mãos descem pela minha cintura,
apertam-me, deslizam,
apertam-me, sobem,
apertam-me contra ti.
Agarras-me o cabelo para trás, beijas-me o pescoço.
Solto um gemido ao teu ouvido,
apertas-me com mais força.
Envolve-te em mim, prende-me os braços,
Faz com que me contorça.
Roupa arrancada espalha-se pelo
chão.
Tocas em mim, vês como me deixas.
Pego em ti, vejo o que te faço.
Brincamos por entre beijos,
suspiros e sussurros.
Corpo contra corpo.
Sentidos envolvidos são já poucos.
Agarras-me o cabelo para trás, beijas-me o pescoço.
Solto um gemido ao teu ouvido,
apertas-me com mais força.
Envolve-te em mim, prende-me os braços,
Faz com que me contorça.
Tocas em mim, vês como me deixas.
Pego em ti, vejo o que te faço.
Brincamos por entre beijos,
suspiros e sussurros.
Corpo contra corpo.
Sentidos envolvidos são já poucos.
Talvez.
Se formos loucos.
segunda-feira, maio 01, 2023
Lucidez
A cabeça da Joana
está cheia de aviões.
São todos de papel
andam por lá aos encontrões.
está cheia de aviões.
São todos de papel
andam por lá aos encontrões.
Sentada nas estrelas
fica a vê-los voar.
Às vezes agarra um com força
e fá-lo parar de girar.
A cabeça da Joana
está cheia de passarinhos.
São todos coloridos
andam por lá aos burburinhos.
Sentada nos jardins
fica a ouvi-los chilrear.
Às vezes canta com eles,
outras deixa-se só encantar.
A cabeça da Joana
está cheia de tubarões.
Todos são feitos de cera,
algo feios e dizem palavrões.
Sentada nos corais
assiste aos bailes sobre a areia movediça.
Às vezes vai dançar com eles.
Depois volta.
O chão mais firme
e ela,
mais castiça.
Subscrever:
Comentários (Atom)