Somos sempre jovens.
Mesmo com barbas brancas,
mesmo com rugas formadas por choros e sorrisos,
mesmo quando precisamos de uma mão para descer as escadas.
Precisamos sempre de uma mão para descer as escadas.
É aconchegante.
Nem sempre a temos.
A maior parte das vezes vamos sozinhos.
Andamos sozinhos à procura de respostas.
À procura de perceber a passagem do tempo,
à procura de entender de que se faz o amor afinal,
à procura de desatar as nossas falhas,
à procura de olhar para tudo com mais humildade,
menos certezas, mais inocência.
Dá a mão a ti mesma.
Observa os adultos a andarem de um lado para o outro,
atarefados, concentrados em qualquer coisa que não consegues compreender.
Preocupados, assoberbados. Com quê?
Ele não param, não se encontram consigo mesmos
Parar traz verdades que não têm coragem de encarar.
Segue.
Segue assim tu.
Ouve as canções de embalar.
Prende as palavras que te chamam a atenção.
Deita fora o receio de te mostrares vulnerável.
Caminha sobre a corda bamba com mais firmeza.
Segue assim.
Não queiras descobrir todos os sentidos escondidos.
Não já.
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