sexta-feira, abril 01, 2022

Ómicron

No outro dia comecei a contar uma história. 
Uma história que ficou inacabada, sem final triste, feliz ou neutro. 

Já devia haver um vírus a percorrer as minhas células.
As ideias ficaram turvas,
as palavras deixaram de se formar
e restou uma opção: hibernar. 

Quem diria que uma hibernação primaveril seria sinónimo de serendipidade?

Talvez tenham sido as alucinações causadas pelo estado febril,
talvez as epifanias transportadas por filmes aleatórios,
talvez as músicas que foram revisitadas numa condição cerebral débil. 

Não sei. Sei muito pouca coisa. 

Vieste em boa hora, Ómicron. 
Juntar um pouco mais de simbolismo ao processo. 
Mais uns dias e a metamorfose completa-se. 
Cada vez mais acho piada a esta capacidade.
E a Kausalketten, também acho cada vez mais piada a Kausalketten.

(Ödipus - Ómicron - gesto idiota)

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