Por agora chega.
Por agora, deixa-me estar até que eu substitua a vontade de estar sozinha por outra vontade qualquer.
Por agora chega.
Por agora, preciso de encontrar o pedaço de mim que se desfez. O pedaço que se desfez precisamente no dia em que o pensava ter colado.
Por agora chega.
Por agora, espero que a corrente de acontecimentos inesperados já se tenha ancorado algures por aí. Bem longe de mim.
Por agora chega.
Por agora, vou ter as piores conversas comigo mesma. Vou fechar-me dentro do casulo. Enrolar-me em maus pensamentos.
Por agora chega.
Por agora, vou deixar que ela ou que o outro me dêem melodia melancólica. Vou deixar que eles me digam que já se sentiram assim.
Por agora chega.
Por agora, quero fumar um cigarro a olhar para o céu. Ver um avião a passar e imaginar que o rasto de poluição que deixa atrás de si, é também o rasto de tudo o que estou a tentar largar. E que, assim como o rasto do avião, a seu tempo, desaparece. Esvai-se no céu lentamente de uma forma imperceptível ao olhar desatento.
Por agora, deixem-me em paz.
Só eu posso reconstruir este puzzle.
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