É tão mágico que um instrumento consiga expressar tudo aquilo que eu te quero dizer e não consigo.
domingo, dezembro 18, 2022
Ausência de coragem
É tão mágico que um instrumento consiga expressar tudo aquilo que eu te quero dizer e não consigo.
domingo, setembro 11, 2022
terça-feira, agosto 16, 2022
Gustav
Mahler plays.
Well, not Mahler, but his symphony.
Birds fly by my window and the sky is so beautifully blue.
I sit on the floor.
This is just too much to be felt on a soft surface. The piano plays harder. I get softer. Within myself lie all of the unanswered questions the world has ever asked.
Hey, how are you managing so much pain?
The music. The music makes my heart smile through it. It's hurting, yes.. Every step of the way. Not gonna lie. But it's a pain that I have to feel. I need to feel all of this. So I can eventually walk away from it.
No, walking away is not possible. You know too much, baby. And you just love to feel everything so deeply. You need it. You crave it. You're not yourself without it.
Oh, how I wish I could help you get through it. Clear up all of your thoughts. Scrub away all of the pain they caused. Put a bit of make-up over all of the scars.
Go. Pour yourself another glass of wine. It's fine. Eitherway, you're a great kisser.
The symphony keeps playing. You keep on feeling every stroke of the piano deep inside of your skin. You're happy.
It hurts.
After all of this... You will have grown a bit more, get to know yourself a little bit better and maybe, just maybe, it won't hurt as much as before.
sábado, agosto 13, 2022
Avisa-me quando chegares a casa
Não foi só uma palavra.
Foram muitas as palavras trocadas.
Palavras trocam-se.
Alguém forma uma ideia sobre ti e sobre mim.
Uma ideia apenas.
É difícil dar a conhecer todos os enredos que nos transformaram naquilo que somos.
É difícil explicar os eventos que foram dando forma às nossas ideias, às nossas manias, aos nossos medos.
Apesar de tudo, vamos tentando.
Vamos trocando enredos uns com uns outros.
Vamo-nos identificando com histórias e ideias.
Vamo-nos aproximando ou afastando de alguém.
Vamos pedindo para nos avisarem quando chegarem a casa com a esperança que um dia a frase se faça sentir cá dentro e se faça sentir na outra pessoa.
Já pedi para me avisarem. Já me pediram a mim para avisar.
Ainda não percebi quando te vou pedir a ti.
sexta-feira, agosto 05, 2022
The dance
segunda-feira, agosto 01, 2022
sexta-feira, julho 22, 2022
Chão e Alcatifas
sábado, julho 16, 2022
Gostava de usar o teu nome nas costas
Vestir a tua camisola antiga, no dia seguinte, de manhã cedo.
Aquela do clube em que jogavas quando eras pequeno.
terça-feira, julho 05, 2022
Deambulando apaixono-me
Pela miúda que me atendeu no Starbucks do aeroporto.
Pelo rapaz no mercado de rua.
Pelo sorriso da mulher que me disse bom dia ao sair da escola.
Pelo gajo dentro daquela loja de roupas. Que perfil, que jawline, que olhar.
Pela simpatia da Ivonne.
Por aquele gajo no parque das montanhas.
Pelo bigode irritante do gajo no comboio.
Pela cor dos olhos da miúda sentada à minha frente no avião.
Pela presença presente dos putos e por me terem lembrado que sou uma criança.
Pelo gajo que vageou sozinho pelo palco.
Pelas coisinhas brancas que voavam por todo o lado.
Pelo pai, o filho e o avô a darem toques na bola.
Pela forma como o R. disse: "confia em mim".
Pelos arrepios que as mãos fizeram o meu corpo produzir.
Pelo livro que ninguém me disse para ler.
Pelos shining eyes para os quais o D. me alertou.
Pelos novos caminhos que descobri querer escrever.
E um dia
vou-me apaixonar por ti.
sexta-feira, julho 01, 2022
Apaixonada
Apaixonada pela palavra APAIXONADA.
APAIXONADA apaixona-me o cérebro.
O cérebro de um apaixonado sofre de uma moca natural e constante.
É habitado por uma neblina saudável(?).
Apaixonada por ti.
Apaixonado por mim.
Acho que me estou a apaixonar por ti.
Uma apaixonado também se esconde.
Uma apaixonada pode não perceber.
Apaixona-me essa paixão que tens por gestos mundanos.
Se me apaixonar...
Depois de te conhecer...
Fim da vida como a conheço.
Apaixona-me.
Apaixono-me devagarinho por ti.
sábado, junho 25, 2022
Fila do supermercado
quinta-feira, junho 23, 2022
Wicked game
sábado, junho 11, 2022
Qual é a tua ideia?
Dizeres que vens e que vais.
Qual é a tua ideia?
Mostrares vontade de me vires dares um beijinho?
Qual é a tua ideia?
Passarem os dias e não dares notícias.
Qual é a tua ideia?
Mexeres comigo um bocadinho outra vez.
Qual é a tua ideia?
Não te posso dar nada.
Qual é a tua ideia?
Esta história já foi escrita.
Qual é a tua ideia?
Eu nunca acreditaria.
Qual é a tua ideia?
Nós nunca faríamos sentido.
Qual é a a tua ideia?
Já passou demasiado tempo, sei demasiadas coisas sobre ti.
Qual é a tua ideia?
Por favor, nunca mais roubes nenhuma ideia de mim.
sexta-feira, junho 10, 2022
Farô x 3
domingo, junho 05, 2022
Impecável
Costumas vir aqui?
Sim, costumo estar no meio da rua, entre multidões de pessoas, enquanto música popular é cantada de uma varanda e o ar está envolto de cheiro a sardinhas.
Impecável...
quarta-feira, junho 01, 2022
Máquina de escrever
domingo, maio 29, 2022
segunda-feira, maio 23, 2022
A boleia
quinta-feira, maio 12, 2022
Inquieta
"O destino, quando lhe dá para aí, é capaz de escrever por linhas tortas e torcidas tão bem como Deus, ou melhor ainda."
Que se fodam os pensamentos alheios. Que se fodam ideias sobre mim. Que se foda quem não me viu. Que se fodam obrigações que achamos serem impostas. Que se foda se perco tempo perdida em mim. Que se foda o aspecto, a roupa da cama e as cores que não agradam a todos. Que se foda esconder-me. Que se foda que não gostes do meu gosto musical. Que se fodam os livros que não li, os assuntos sobre os quais não tenho opinião formada. Que se foda evitar dizer merdas com medo que não gostem. Que se foda achar que sou insegura. Que se foda quem não me acha piada. Que se foda tudo o que não importa. Que se foda também o que importa, porque inevitavelmente chega um dia em que deixa de importar. Que se foda quando bebo demasiado vinho. Que se foda que os vizinhos me oiçam a cantar. Que se foda quando oiço música de ir ao rabo. Que se foda se fui demasiado intensa, que se foda a ideia que passo, que se foda o que dizem. Que se foda a marca que deixo nas pessoas. Que se foda se não deixo marca nenhuma. Que se foda tudo o que foi. Que se foda o que podia ter sido. Que se foda não ter dito o que devia. Que se foda o tempo que demoro até ser eu com alguém. Que se foda não acreditar. Que se fodam as mensagens, os telefonemas e as cartas que se extraviaram. Que se foda o tempo que passa. Que se foda não estar preparada. Que se fodam as conversas sobre bebés. Que se foda o corpo cansado. Que se foda fugir. Que se foda evitar. Que se foda perder tempo. Que se foda não ver. Que se fodam as ligações especiais. Que se fodam os cabelos espalhados pelo chão. Que se foda a garrafa de água vazia. Que se foda o saco de boxe. Que se foda a roupa espalhada pelo quarto. Que se foda se pinto mal. Que se fodam as apps. Que se foda ter sempre a mesma conversa. Que se foda a roseira que quer morrer. Que se foda ter medo de dizer não. Que se fodam os cheiros que nos levam em viagens no tempo. Que se foda o tempo que estou a demorar a ler o livro. Que se fodam os poemas que não compreendi. Que se fodam os armários da cozinha. Que se foda a barata que queria entrar comigo no prédio. Que foda quem olha para mim. Que se fodam os números. Que se foda o calor. Que se fodam as almofadas a mais. Que se foda que o mercado esteja em baixo. Que se fodam os gráficos. Que se fodam os elefantes. Que se foda o telemóvel. Que se foda este computador. Que se foda a roupa para o casamento. Que se fodam os sapatos que ainda não comprei. Que se foda a transformação. Que se foda a guerra. Que se foda o amor. Que se foda a aranha que se atrapalhou e caiu. Que se foda a coerência. Que se fodam as ilusões. Que se fodam as opiniões.
"O destino, quando lhe dá para aí, é capaz de escrever por linhas tortas e torcidas tão bem como Deus, ou melhor ainda"
O resto?
Que se foda.
segunda-feira, maio 02, 2022
Chave do Euromilhões?
13.
15.
18.
27.
O mês especial sempre foi Maio.
History in reverse.
segunda-feira, abril 25, 2022
domingo, abril 24, 2022
Metamorfose
segunda-feira, abril 11, 2022
Não se dorme, divaga-se
Sempre gostei de observar o aparecimento das letras e consequentemente das palavras enquanto escrevo. Parece magia. A possibilidade de transportar um pensamento para uma página e perpetuá-lo. É mágico. Gosto mais de escrever em papel, mas às vezes apetece-me ouvir o "clic clac" das teclas quando tudo está em silêncio.
Venho aqui a esta hora tardia, porque não consigo dormir. Devias evitar olhar para o ecrã do computador então, Joana. Sim, já sei isso tudo. Hoje é uma daquelas noites em que sei que não vale a pena insistir. Não me acontece muitas vezes, mas hoje sei que preciso disto. Preciso de fugir do dilúvio de reminiscências que as sinapses me estão a entregar e tentar partir para outras ideias.
Isto foi desencadeado pelo filme que comecei a ver. Não, não foi só o filme. O filme ajudou porque me revi. Foi desencadeado pela decisão que tomei. Uma decisão que tinha de ser tomada mais cedo ou mais tarde. Eu acho que veio tarde. Que parva que sou. Que parva que fui. Ingenuidade? Talvez também um bocado. Acho que esperava mais de mim. Como é que depois de apenas um simples acontecimento perdi o equilíbrio da maneira que perdi? Não sei. Gostava de ter sentido as coisas de uma maneira menos infantil. Mas será que tinha sido tão genuíno como foi, se não tivesse agido apenas com o lado emocional? Por muito que me custe admitir, sei que tudo o que aconteceu não podia ter acontecido de outra forma.
Os sentidos novos que ando a encontrar vão ser a alavanca para isto tudo mudar. Não vou cometer o mesmo erro de há uns anos atrás. Por muito pouco, não me deixei afogar. Estava-me a deixar ir agora, bem lá para o fundo, por isso é que precisei do ecrã. Do corte.
Só mais um dia e vou voar. Voar daqui para fora, mudar de cenário. Outros cenários dão-me sempre a possibilidade de enraizar mais as ideias novas ou descobrir o que realmente preciso de fazer para avançar para onde quero. Há uns meses tive uma mudança de perspectiva em relação ao que gostava de construir daqui para a frente e é nessa direção que quero ir, porque pela primeira vez em muito tempo tenho uma certeza. Fui sempre fazendo as coisas no limite. Agora não quero que seja assim, mas para isso também tenho de parar de fazer merdas que me mantém acorrentada a abstrações que não passam de falsas crenças. Temos constantemente falsas crenças e damos significados às coisas que fazem com que seja muito mais difícil desprendermo-nos delas. Acreditamos e agarramos uma ideia por causa do significado que lhe atribuímos. A maior parte das vezes, o significado atribuído a algo, não passa de uma fabricação da nossa cabeça - que só está dentro da nossa cabeça, ou seja, não nos define! Estes produtos da nossa cabeça, podem então ser modificados quando nós quisermos, quando nós decidirmos e quando formos capazes. Há significados mais difíceis de transformar do que outros obviamente, mas acho que o poder está em saber que existe a possibilidade de o fazer, que não estamos entregues e ancorados a traumas do passado ou a determinadas ideias sobre nós próprios. Cada momento novo é um momento novo e nós podemos escolher quem queremos ser a partir de cada novo momento que criamos para nós. Temos de transformar os significados que demos a determinados acontecimentos, ou até a pessoas, para podermos realmente avançar com a cabeça resolvida ("não tenhamos pressa, mas não percamos tempo"). Se todo este processo fosse fácil, eu não estava a escrever sobre ele às 3h23 da manhã.
Por agora chega. Vou tentar processar o resto das ideias a uma hora mais sã. Talvez o faça no avião. Sim, dentro do avião existe um tempo que não existe. Perfeito para divagações da madrugada.
sexta-feira, abril 08, 2022
Um passo para a frente e dois para trás.
Não gostas, mas já sabes que é assim.
Conclusões deixam de ser incontestáveis.
A vibração desce.
Há algo estranho no ar.
Todos os dias encontras alguém inesperadamente.
quarta-feira, abril 06, 2022
segunda-feira, abril 04, 2022
domingo, abril 03, 2022
Acto 1
"Tinhas alguma ordem lógica aqui?" - Ela olhou para ele com um ar confuso. Não será óbvio que tinha uma ordem na organização dos seus livros? Quem é ele para chegar à estante dela e começar a mexer nos livros todos à procura dos que tinham dedicatória? Quem é ele? Ninguém. As dedicatórias eram dela. Bastou um milissegundo para se aperceber das falsas convicções que alimentou nos últimos meses. O vidro partiu-se aos bocadinhos, a magia morreu. E agora? Agora inicia-se o teatro.
"Hey i like your pictures what are you looking for" - ela disse-lhe que procurava sinais de pontuação. Ele respondeu que estava à procura de amigos e perguntou-lhe de onde é que ela era. Ela ficou incrédula a olhar para o telefone tentando processar tamanha lerdeza. Lerdeza. Que palavra. Não respondeu mais. A narrativa ficou pelo prólogo.
"Buongiorno principessa" - ok. Querido. Meh. Formalmente sim, tudo o que fez foi atencioso. Ela sente-se desconfortável com coisas que ele diz. Infelizmente não consegue engrenar da mesma forma que ele. Receia que em breve ele lhe faça um convite. Ela vai dizer que sim. Ele tem um cérebro interessante e da última vez que se viram as horas voaram. Risos, poemas e cervejas. Ele gostou dela. Ela sentiu. Gostava de ser tua amiga. E agora? Agora inicia-se a escrita da peça. Vai correr mal. Que se foda.
"A tua voz não é nada o que eu estava à espera" - ela também não estava à espera de sorrir quando ouviu a voz dele pela primeira vez. Assim é mais fácil. Mensagens de voz sem ter muito tempo para pensar e repensar no que se vai dizer. Tudo a correr bem? Sim. Combina o copo, vá. Tempo passa. Conversa esgota-se. Tic tac. Já não vai dar. Não, não iniciou o teatro desta vez. Ele tinha qualquer coisa. Ela ergue a muralha. Peça fica por escrever.
Acto 2

