quinta-feira, dezembro 28, 2023
domingo, novembro 19, 2023
quarta-feira, novembro 15, 2023
Como os gatos
Quanto mais tempo passa
e o abismo entre nós já nem de ponte se atravessa,
mais claro se torna que vivemos várias vidas.
Talvez sejam sete.
Como os gatos.
sexta-feira, novembro 03, 2023
Não são só os elefantes que fazem viagens
quarta-feira, novembro 01, 2023
Habitua-te ao acaso
terça-feira, outubro 31, 2023
Feeling big, small, scared, at ease
All of our stories in her story. E a noção cada vez mais presente de que isto tudo passa demasiado rápido.
segunda-feira, outubro 30, 2023
Entre os 34 e os 35
domingo, outubro 29, 2023
sábado, outubro 21, 2023
(Quase) Todas as minhas coisas maravilhosas
domingo, outubro 08, 2023
Acto 2 - as histórias que se contam
sábado, outubro 07, 2023
Quero percorrer as tuas pernas com uma caneta
sexta-feira, agosto 25, 2023
domingo, julho 16, 2023
Kintsugi
sábado, julho 15, 2023
quarta-feira, junho 07, 2023
Blah
quinta-feira, junho 01, 2023
You turn me on
Everything is collapsing, dear
All moral sense has gone
It's just history repeating itself
And babe
quinta-feira, maio 25, 2023
Nina
Gostava de ser uma voz gravada numa canção para alguém daqui a 70 anos ouvir e (des)aprender algo sobre o amor.
domingo, maio 14, 2023
Corda bamba
sexta-feira, maio 05, 2023
Isto não se chama afasia
Presunções, sabedorias.
Levada por impulso,
Escrevo linhas em forma de verso.
Escrevo para me salvar de algo.
Talvez para me esconder do universo.
Tento parar, não consigo.
Tira as tuas mãos de mim,
Vamos lá parar com as fantasias.
Isto não tem sentido.
Não eles.
Não agora que parei à tua frente e te olho nos olhos.
Não agora que a pressão magnética me obriga a dar-te um beijo.
A tua língua brinca com a minha, pede-me mais.
As tuas mãos descem pela minha cintura,
apertam-me, deslizam,
Agarras-me o cabelo para trás, beijas-me o pescoço.
Solto um gemido ao teu ouvido,
apertas-me com mais força.
Envolve-te em mim, prende-me os braços,
Faz com que me contorça.
Tocas em mim, vês como me deixas.
Pego em ti, vejo o que te faço.
Brincamos por entre beijos,
suspiros e sussurros.
Corpo contra corpo.
Sentidos envolvidos são já poucos.
Se formos loucos.
segunda-feira, maio 01, 2023
Lucidez
está cheia de aviões.
São todos de papel
andam por lá aos encontrões.
sexta-feira, abril 21, 2023
Corvo
Mexes-te depressa.
Assumo que procuras um cadáver.
É isso que conheço da tua espécie.
Porquê?
Uma qualquer memória de infância.
Terá sido um jogo?
Uma conversa?
O coração das trevas?
Mexes-te depressa.
Assumo que procuras um cadáver.
É isso que conheço da tua espécie.
domingo, abril 02, 2023
Vamos falando
sexta-feira, março 31, 2023
segunda-feira, março 27, 2023
E assim, sem demora
sem demora,
enquanto se tenta fugir a simbolismos,
a orquídea dá flor.
segunda-feira, março 13, 2023
Era uma vez uma Hera
quinta-feira, março 09, 2023
De repente. Não mais que de repente.
Náusea.
Gosto muito mais em inglês: motion sickness.
Menos enjoativo.
Além disso é o nome da música que me trouxe aqui. Começou a tocar de repente e de repente, não mais que de repente, eu estava em Madrid com a C. De repente, não mais que de repente, chego à conclusão que esse evento foi há 10 anos e sinto-me nauseada. Positivamente nauseada. Nauseada porque de repente, não mais que de repente, todas as sensações, ideias e ingenuidades de uma vida com menos 10 anos de experiências em cima tomaram conta da minha cabeça. De repente, não mais que de repente, eu estava em Madrid a dançar, a cantar, a ser idiota pelo Retiro e a ver o mundo a passear enquanto bebia uma cerveja na varanda do D.
De repente, não mais que de repente, fiquei leve.
quarta-feira, março 08, 2023
segunda-feira, março 06, 2023
Vou contar-vos uma história
Uma história daquelas bem simples. Uma história que, de tão simples, nem valeria a pena contar, não fosse a minha vontade.
A história acontece numa cidade perto do mar. Há sempre uma brisa no ar que vai ditando o que cada um sente. Parece que brisa traz com ela todas as verdades do mundo. E frio, também traz algum frio à noite.
Os dias passam e a nossa protagonista perde-se em horas passadas na praia, perde-se em horas a tentar ter conversas que a enriqueçam. A tolerância para conversas banais parece cada vez mais escassa. Não sei se o hei-de definir como falta de capacidade ou ganho de perspectiva. Seja qual for a definição que melhor se aplica, nem uma, nem outra é negativa. Todos os papéis espalhados pelo quarto, as mensagens deixadas na areia, a tatuagem no banco de jardim formam os pedaços da história que não vale a pena contar. Ella, a protagonista deste espaço e de todos os que ainda não atravessou, gostava de deixar pedaços do que lhe vai na alma espalhados por aí. Por essa razão, a cidade perto do mar, conhece-a melhor que ninguém.
Enquanto Ella acorda para mais um dia de ociosidade, os pescadores já lançam as redes em alto mar para procurar alimento para tantos outros que sabemos que por aí andam, mas não conhecemos. Ella não seria capaz de ser pescadora. O mar, tanto a arrebata com a sua beleza infinita, como a enche de medo quando nos dias cinzentos bate contra as rochas sem a menor compaixão.
Ella encheu-se de novas perspectivas nos últimos tempos. Coisas da vida, circunstâncias, momentos, são agora apreciados e vividos de uma maneira diferente. Uma maneira mais rica, talvez. Tudo isso contribuiu para que o encontro daquele dia não passasse despercebido a Ella. Deitada na relva do jardim, enquanto lia palavras que alguém escreveu, parou ao sentir algo pousar no seu braço. Rapidamente enxotou o pequeno bicho que lhe fazia cócegas e antes que pudesse voltar a pousar os olhos nas palavras que outro alguém escreveu, viu-o. Era ele... Nunca o tinha visto antes, mas sabia que era ele. Moreno. Cabelo descuidadamente charmoso. Barba charmosa no seu descuido. A maior surpresa: estava a ler as mesmas palavras que outro alguém escreveu que ela. Não vou contar que palavras liam, porque começaria aí a pensar nessa história e não nesta, que de interessante, não tem nada.
A leitura do livro passou a servir de disfarce a partir daquele momento. Ella era assim. Podia estar submersa nas suas ideias e no seu mundo, mas se algo captava a sua atenção, o protagonismo era reassumido. Rapidamente percebeu que ele também a observava e que usava a mesma camuflagem de páginas cheias de palavras que ela. O seu coração começou a bater com mais força. Envergonhada pela descoberta focou o seu olhar na primeira palavra que viu: Roma.
Ella era assim. Independente e confiante até a timidez de criança inocente se apoderar de todas as suas entranhas.
Encadeada pela palavra e pelo sol que teimava em bater contra o livro, demorou, sabe a brisa quanto tempo, a reparar que ele se tinha sentado ao lado dela. Levantou-se abruptamente e olhou para os olhos dele. Os dois com os livros na mão... Os dois... Dois estranhos a olhar um para o outro... Desataram às gargalhadas. Nervosismo combinado com o desconhecido da situação, combinado com Ella saber que era ele.
Não me lembro da primeira palavra que trocaram, nem das outras 23 mil que se seguiram nessa tarde. Mas lembro-me da palavra para a qual Ella olhou quando a sua timidez a obrigou a refugiar o olhar no livro.
Foi Roma. E Roma, ao contrário, lê-se amor.
quinta-feira, março 02, 2023
quarta-feira, março 01, 2023
segunda-feira, fevereiro 27, 2023
Parce que c'était lui. Parce que c'était moi.
Conheceram-se ontem.
quinta-feira, fevereiro 23, 2023
Linhas tortas
domingo, janeiro 22, 2023
Túlipas amarelas
Pouco tempo em Amesterdão. O suficiente para perceber que tenho voltar a passear por aquelas ruas. O suficiente para perceber que tenho de me sentar a beber um copo de vinho num qualquer barco, num qualquer canal. Estava frio quando estive em Amesterdão. Não muito. O suficiente para eu achar que está muito frio. Não é preciso muito. Já foi preciso mais. Para eu achar que está frio.
A Night-Blooming toca. A primeira vez que a ouvi estava em Amesterdão. Sempre que a oiço (ouço? - ambas as formas são corretas - ok) transporto-me para o momento em que perguntei o que estava a tocar. Sempre que a oiço apetece-me dançar. E danço. E estou no meio de uma sala cheia de gente. E não vejo ninguém. E mexo-me e salto de um lado para o outro. E o cabelo abana. E os braços vão para a cima e para baixo. E um sorriso forma-se. E quase que me emociono com esta imagem.
Já dancei muitas vezes embalada por esta voz e por esta batida em crescendo. Apetece-me dançar agora. Dançar mais uma volta antes de continuar a escrever. Será que escrevo de forma diferentes se for dançar e depois voltar? Será que volto com outras ideias? Não, não vou testar agora. Está frio e as duas mantas em cima de mim geram um certo impedimento. No entanto, o sorriso não sofre impedimentos e rasga-me a cara.
Only in darkness does the flower take hold, it blooms at night. Preciso da escuridão, da noite, de me perder, de me enterrar em sensações e ideias tenebrosas. Perco todo o otimismo e a esperança dissipa-se do meu universo. Tudo negro para que aos poucos possa voltar a deixar a luz entrar. A luz volta sempre a entrar. Há sempre uma fissura que chama a claridade e, pouco a pouco, permito-me voltar a ver o mundo através das lentes boas. Através das lentes que devia usar todo o tempo, porque está tudo bem, porque se deixa a vida andar, porque não tem de ser tudo complicado. Será que consigo fazer a escolha sensata da próxima vez que for invadida pelo dark side? Será que consigo controlar isto? Sei lá. A informação está presente, mas também sei que às vezes é preciso irmos dar um passeio ao fundo de nós para voltarmos iluminados. Para sermos mais nós.
Por agora fico com a música. Com esta e com todas as outras que me embalam e dão mais sentido aos meus dias.
E deixo-me maravilhar com a conclusão que sempre tive uma flor favorita.
sexta-feira, janeiro 20, 2023
segunda-feira, janeiro 16, 2023
Quando a felicidade mete medo
Pensar. Pensar em como vou sair deste estado. Primeiro gostava de perceber o que me fez chegar a este estado. O que foi? Ontem parecia estar tudo bem. Hoje acordo e o mundo está escuro, cinzento, negro. Todas as cores supostamente representativas de algo mau. Entro em mim. Durmo. Acordo. Cansaço. Arrumo. Arrumo porque procuro ordem. Procuro ordem na minha cabeça e não a encontro. Busco então por ela no mundo físico. Tenho a cabeça desordenada porquê? Parecias estar tão bem. Sempre que falas no assunto dás ênfase ao equilíbrio. Estarás tu a mentir a ti própria mais uma vez? Outra vez? A sério... Cresce.
Vou desistir destas merdas.
E agora? E agora está tudo na mesma. Vejo o mundo escuro. Hoje está tudo tão escuro. Não me lembro de te ver assim. Sentes que estás fora de controlo. O resto do mundo mantem-se funcional e tu... tu deixaste-te cair. Lembra-te que é hoje. Só hoje.
Dá-me palavras que confirmem que não foi mais uma ilusão. Deve ter sido. É assim que funciona. Tu estás sozinha aqui e vais sempre estar. É a realidade que todos temos medo de encarar. Podes contar contigo e só contigo. As outras merdas são ilusões momentâneas que alimentam ciclos da vida para que formemos recordações, para que acreditemos que sim, que isto até vale a pena.
domingo, janeiro 08, 2023
Sensações
sexta-feira, janeiro 06, 2023
Tintas
Há sempre um céu.
Há sempre caos.
Há sempre reencontro.
