segunda-feira, dezembro 29, 2014

Ando à Procura das Peças que me Caíram do Bolso

Por agora chega.

Por agora, deixa-me estar até que eu substitua a vontade de estar sozinha por outra vontade qualquer.

Por agora chega.

Por agora, preciso de encontrar o pedaço de mim que se desfez. O pedaço que se desfez precisamente no dia em que o pensava ter colado.

Por agora chega.

Por agora, espero que a corrente de acontecimentos inesperados já se tenha ancorado algures por aí. Bem longe de mim.

Por agora chega.

Por agora, vou ter as piores conversas comigo mesma. Vou fechar-me dentro do casulo. Enrolar-me em maus pensamentos.

Por agora chega.

Por agora, vou deixar que ela ou que o outro me dêem melodia melancólica. Vou deixar que eles me digam que já se sentiram assim.

Por agora chega.

Por agora, quero fumar um cigarro a olhar para o céu. Ver um avião a passar e imaginar que o rasto de poluição que deixa atrás de si, é também o rasto de tudo o que estou a tentar largar. E que, assim como o rasto do avião, a seu tempo, desaparece. Esvai-se no céu lentamente de uma forma imperceptível ao olhar desatento.

Por agora, deixem-me em paz.
Só eu posso reconstruir este puzzle.

terça-feira, dezembro 23, 2014

Queda Livre

E assim, de um momento para o outro, ela decidiu carregar no botão de saída de emergência. Nos treinos foi ensinada a pensar rápido, reagir de cabeça fria, sem hesitações. Durante aqueles milissegundos de divagação inevitável e autorizada, sentiu os pulmões encherem-se de ar e deixou entrar mais do que a percentagem recomendada de oxigénio no cérebro. Todas as imagens ficaram bem mais claras. As ideias pixelizadas ficaram tão nítidas que parecia que ela as podia agarrar. Era isto que era preciso? Um momento de vida ou de morte para perceber que só se pode/deve agarrar ao que realmente vale a pena?

Carregou no botão... 

Agora era esperar pela altura certa para abrir o pára-quedas. Mais uns milissegundos autorizados de divagação. Ela é tão pequena no meio de tudo o que existe no mundo. É pequena, mas sabe que faz a diferença no mundo de uma ou de outra pessoa. E, só por essa razão, vale a pena manter-se por aqui. Sem modéstia. Os pequenos mundos que enche agradecem-lhe e isso basta-lhe. Os mundos que fogem... Esses não merecem mais a sua atenção. 

Hora de abrir o pára-quedas.

Aterragem prevista num admirável mundo novo.

domingo, dezembro 21, 2014

Mensagens em Aviões de Papel

Se não olhasses para mim como quem diz para ficar.
Se não referisses uma, duas, três, dez coisas pelas quais passámos numa única tarde.
Se o toque repentino não fosse embaraçoso. 
Se não nos ríssemos perdidamente sem razão aparente, só porque cruzámos olhares. 
Se não completássemos as frases um do outro. 
Se não tivesses medo de estar sozinho comigo. 
Se me dissesses na cara para eu não me aproximar mais. 
Se não tivéssemos sido construídos pela cumplicidade. 
Se não sentisse que, tanto tu, como eu, procuramos uma desculpa para não cairmos num beijo apaixonado. 

Se fosse mais simples.
Se tivesse percebido logo.
Se não tivesse fugido. 
Se tu não saltasses tanto. 
Se tivéssemos encontrado o equilíbrio. 

E por só te querer a ti. A ti que já tive, mas não vi. Não olhei, não reparei. A culpa? Não é tua, não é minha. São ideias corrompidas por cérebros nublados. E agora? Agora... Foi.

Mandei um avião de papel na tua direcção... Entre lutas com o vento e a chuva, nunca chegará a ti.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Kausalkette

Konnte ich nicht mit weniger als 23 Worte erklären.

quinta-feira, dezembro 18, 2014

Heart is Skipping Beats

While the expectation of hearing a knock flowed, my heart skipped a beat.
I stopped, acknowledged and started laughing really hard. 
Looked at myself in the mirror, while a thought swirled into my mind and my heart skipped another beat. 
I uncontrollably lauged like crazy again. Had to pretend to be serious while passing by people in order to avoid questions about my, out of the blue, happiness. 
Locked myself in my room and lost count of the beats the heart skipped over and over. 
Nothing happened. My mind was in control of the motions and emotions and a simple thought was leaving me jumpy, messing with the blood pumping structure of my body.

I think I know the reason for all of this and it's no good of a reason at all. Still, it's something new, fresh, eye-opening. Whatever happened... Thank you, sweet mind. Now I know you're clear from the old demons and ready to welcome new ones.   

quarta-feira, dezembro 17, 2014

Agora é noutra Dimensão

Alguém lhe fez uma lavagem cerebral.

Thank you, come again!

https:/

sábado, dezembro 13, 2014

Estive a Pensar em Ti

Não vou expor mais manias, intenções, ideias, realidades. Não vou ser indirecta, porque já nem o consigo fazer. Não vou dizer-te que só não vês porque não queres. Não te vou chamar. Não te vou sussurrar vontades ao ouvido. Não vou esperar por ti à porta do prédio. Não te vou sequer fazer rir. Não te vou mostrar a música nova que sei que gostarias. Não vou lembrar quando vesti a tua camisa. Não vou dizer-te para veres aquele filme que eu vi ontem. Não vou mandar mais mensagens com piada. Não vou jantar contigo. Não vou lanchar contigo. Não vou sorrir para ti. Não vou sorrir a pensar em ti. Não vou dizer-te mais que não posso. Não vou lembrar as noites. Não vou lembrar quando não me deixavas sair da cama. Não vou lembrar o dia em que apanhei um escaldão e tu não. Não vou lembrar que cantámos juntos. Não vou lembrar que dançámos juntos. Não vou lembrar o beijo que te dei de repente no pescoço. Não vou lembrar quando disseste que eu estava a derreter. Não vou lembrar os teus abraços de partir costelas. Não vou lembrar os beijos descontrolados enquanto alguém conduzia o carro. Não vou pensar na tua cara enquanto me despias. Não vou lembrar o olhar cúmplice que criámos. Não vou pensar na tua silhueta ao tirares a camisa. Não vou pensar nas tuas mãos. Não vou lembrar quando me deste a mão no restaurante. Não me vou lembrar que punhas sempre a música certa. Não vou lembrar que acendias velas. Não te vou contar mais as minhas histórias. Não vou ouvir mais as tuas histórias. Não vou lembrar como adorava o facto de odiares futebol. Não vou lembrar as gargalhadas constantes e simultâneas. Não vou lembrar as coisas em que acreditas. Não vamos dividir mais maços de tabaco. Não vou mais tropeçar na mesa ao lado do sofá. Não vou mais olhar para ti enquanto dormes. Não vais mais adormecer comigo por perto. Não vais mais pôr a mão na minha perna enquanto conduzes. Não me vou lembrar que és romântico. Não vais mais tentar saber o que se passa comigo. Não me vou lembrar das luzes do teu quarto. Não me vou lembrar quando cozinhaste de toalha. Não vou lembrar que às vezes nem precisávamos de falar.
Não vou lembrar como, de repente, por um pequeno instante, tudo pareceu certo.

Não me vou lembrar que hoje pensei em ti.

quinta-feira, dezembro 11, 2014

Mais Romance, Por Favor

Ontem vi um casal de miúdos sentado num banco de jardim. Trocavam gargalhadas, risos, beijinhos e carícias. Tudo isto, numa total ignorância do que se passava à sua volta. Aquele momento era deles e só deles. Faziam planos de "tu" e "eu, sem se aperceberem que eram já o pronome pessoal no plural: "nós". Mal eles sabiam que ali se decidia o futuro do mundo. Mal eles sabiam que aquele "nós", lhes iria trazer a maior dor que alguma vez sentiriam; quando o momento se for e forem obrigados a pensar de novo em forma de pronome pessoal no singular.
Para eles, nada disso interessa agora. Não trazem bagagem consigo. São apenas abraçados pela pureza do que lhes está acontecer. Ainda bem que assim é. Ainda bem que, pelo menos uma vez na vida, somos capazes de sentir algo sem deixar que o passado corrompa atitudes, pensamentos e sentimentos. Têm todas as primeiras vezes à sua frente. O primeiro envolvimento, a primeira ida ao cinema, a primeira dança, o primeiro "amo-te", a primeira discussão... Vão passar por todas as primeiras vezes sem dar por elas. O valor desses bocadinhos só será apreciado quando lhes começar a fazer falta. Quando começarem a ser corrompidos pela sua própria cabeça, que sendo humana, cumprirá bem o seu papel de instalar a dúvida, a tentação, a vontade de procurar novas sensações. Nada é para sempre, mas também acredito que nada realmente acaba. Fica sempre algo, podendo esse algo servir para alguma coisa ou para absolutamente nada. Mas nada acaba mesmo. 

Invejo os miúdos não corrompidos. Invejo os miúdos que se apaixonam com toda a pureza que só os curtos anos de vida possibilitam. Não digo que não seja possível viver algo puro e verdadeiro, mesmo com 23 quilos de bagagem atrás de nós. A bagagem fica para trás e novas histórias de amor tomam um lugar, talvez até mais intenso que o anterior. É a maneira de encarar, de agir, de questionar que invejo. Penso que, quanto mais nos desiludimos, mais facilmente somos capazes de deixar passar um toque no braço sem lhe dar importância. Toque esse, que era daquela pessoa, da nossa pessoa, da pessoa que estávamos à espera. Mas não a vimos, não a sentimos, porque parámos para pensar. Fugimos, porque: "não, nem pensar, não me quero magoar outra vez, vai ser só mais um falhanço". Andamos então de olhos vendados, mas sempre à procura. Abrimos os olhos e não vemos. Quando damos a mão, caímos. Dá a sensação que andamos sempre à beira do abismo. E cair? Cair outra vez, nem pensar! Dizes tu...

Todos caímos outra vez, está na nossa natureza. Que piada teria se não caíssemos e se não tivéssemos vertigens? Vale a pena. Sei que vou cair, cair e cair mais uma vez. Nas entrelinhas, peço mais um bocadinho de romance.

Sem exageros, sem convenções cavalheirescas. O mínimo de romance fica sempre bem. Lá por ser óbvio o que uma pessoa quer da outra... Que cada abordagem faça lembrar por uma fracção de segundo, os miúdos sentados no banco de jardim. Que cada abordagem demonstre o mínimo de esforço e originalidade para a evitar que nos sintamos como meros objectos em forma de corpo humano. Que arranque uma sensação positiva, nova, explorável. 

Só um bocadinho mais de romance. Por favor. 

quinta-feira, dezembro 04, 2014

A Maria

A Maria tinha um jeito de mexer no cabelo. Um jeito que me deixava louco.
A Maria tinha um jeito de ajeitar as calças ao andar. Um jeito que me fazia sorrir.
A Maria tinha um jeito de morder o lábio ao dizer algo em tom de brincadeira. Um jeito que me dizia para a beijar.

A Maria gostava de cantar quando sabia que ninguém a estava a ouvir.
A Maria gostava de dançar em frente ao espelho, ao som daquela música que nunca admitiria venerar.
A Maria gostava de sair sozinha e cambalear pelas ruas cheias de gente, observando tudo e todos, sem nunca deixar que a vissem a ela.

A Maria era uma sonhadora.
A Maria era uma criança em corpo de adulto.
A Maria era uma rapariga complicada com desejos simples.

A Maria não gostava de conversas banais.
A Maria não se contentava com pouco.
A Maria não deixava que ninguém a conhecesse.

A Maria foi levada pelo vento e deixou-me de mãos vazias, coração ferido e espírito perdido.
A Maria era assim.

Sorte a tua, se a encontrares.

sexta-feira, novembro 28, 2014

Sparkles Dance

"Do you remember how the electric spark that we felt when we first touched never went away?

That lightning lives inside me still and will always shock you ever so slightly when any piece of me touches any piece of you for no reason at all?

Put your fingers to mine and watch the sparkles dance."

quarta-feira, novembro 19, 2014

Um Papel que Encontrei

Está tudo tão vazio. Pensamos que estamos bem, mas não estamos. Pensamos que alguma parte da vida começa a girar a nosso favor, mas não começa. Desilusão atrás de desilusão. Acho que é o que eu mereço. Devo ter escrito isso um dia nalgum lado. Uma sombra teima em pairar em cima de mim. Uma folha em branco é preenchida por palavras para de seguida ser amarrotada e atirada para a chuva, onde se desfaz. Nunca existiu.
Eu nunca existi. Alguém me escreveu. Mas fui tão mal escrita que sou apenas um fantasma daquilo que foi imaginado. Sim, eu. Tenho a mania que sou forte. Tenho a mania que aguento todos os pontapés, mas, no fundo, sou mais frágil do que uma flor seca. Só conto as folhas. Essas também deviam estar a ser aproveitadas por alguém mais digno. Não tenho o valor que o escritor ambicionou. Gosto de quem sou, mas não do que tu vês. Tu nem sequer existes.
O passado morreu. Morre sempre. Quase já não o sinto. Praticamente já nem me sussurra ao ouvido. Era. Foi. É tudo tão estranho. Demasiada intensidade, dizia alguém. Sim. Tanta. Pior inimiga, sempre.
Escreve. Escreve, que assim limpas a alma. Se o meu retrato envelhecesse e mostrasse a minha (sua) expressão com tudo o que flui cá dentro, seria a imagem mais feia do mundo.
Espera. Nada disso ela é. Tão poucos. Tão poucos sabem.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Vi uma Borboleta com Asas de Joaninha

Tanto falaste em borboletas que elas começaram a aparecer. Chegaram disfarçadas. Umas em forma de número, outras em forma de beijo lento. Umas, mais óbvias, escritas numa canção. Até "borboleta" ele te chamou.
Contos de fada... Não, não existem. Mas as borboletas, elas sim, voam por aí depois da metamorfose. E acho que foi isso que ele viu em ti. Viu-te deixar o casulo. Foste como uma lufada de ar fresco na vida dele. Mas, no final, ele não soube lidar com a tua metamorfose. Não te conheceu submissa. A primeira vez que pôs os olhos em ti, já tu estavas na fase final de mudança.. A primeira vez que te viu sentada no café ao fundo da rua apinhada de gente, já tu tinhas uma das asas de fora. "Era impossível não reparar em ti, foste a primeira pessoa que vi" - como com qualquer elogio que recebes, olhaste para baixo e sorriste. 
Toda confiança que te caracterizou, foi-se apagando à medida que mostravas mais o que as tuas asas escondiam. "É o que de mais genuíno há em ti". 
Tiveste muito medo.  
Os bons momentos voam quando os estamos a viver. E os vossos voaram, foram cinematográficos. 

Saíste de casa triste naquele dia em que só o sol te aquecia o corpo. E na relva, esvoaçava uma borboleta. Tinha as asas vermelhas com pontos pretos. Nunca tinhas visto uma borboleta com aquelas cores, com aquelas asas. Pousou em várias flores, folhas, ramos até desaparecer por entre os arbustos. Era uma borboleta com asas de joaninha. Eras tu. 

quarta-feira, outubro 29, 2014

E o Adeus?

Chovia muito. Chovia a potes, cântaros. Chovia mais do que todas as expressões usadas para descrever uma grande chuvada.
Os dois, de roupa encharcada, cabelos molhados, olhos embaciados pelas gotas de água que lhes caíam em cima. Os dois a olhar um para o outro no meio daquele dilúvio. Nem um, nem outro mostrava intenção de entrar em casa. Nem um, nem outro sabia como, ou, queria sair dali. O verdadeiro dilúvio estava a acontecer dentro deles. Sentiam tanto um pelo outro, mas não o suficiente para o saber expressar. Sentiam tanto um pelo outro, mas havia qualquer coisa que os impedia de abrir o espaço necessário para sentirem ainda mais.
O céu chorava por eles a tristeza da separação quase certa. Eles continuavam a olhar-se, a tocar-se, a sentir-se. Para quê? Porquê? Larga-me! Sai!
Nenhum dos dois se movia. Pensavam que se se deixassem estar tempo suficiente, uma ponte se construiria entre o abismo. E, por muito frágil que a construção fosse, lentamente aprenderiam a caminhar por entre as suas fragilidades e criariam assim as suas memórias, juntos.
Mas não foi assim. Estava tudo escrito de outra forma.

Parou de chover. Eles soltaram-se um do outro. Viraram as costas e caminharam em sentidos contrários. Não disseram adeus.

terça-feira, outubro 07, 2014

O Que Morreu e O Que Ficou

E como uma vez alguém disse: "O que mais custa não é tanto lembrar - é não esquecer. O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não há nada para fazer?"

Até há bem pouco tempo, não sabia como responder a esta pergunta. Não sabia o que fazer com o que me ficou na cabeça. Na verdade, continuo sem saber responder. Penso que nem tu, nem eu, alguma vez saberemos.

Existe um tempo. Existe um espaço. Existiu um tempo. Existiu um espaço. Tudo era diferente: o sabor da comida, a percepção de um filme, a diversão, o cheiro de um cheiro, o prazer em todas as suas formas. Quando a vida decide dar uma cambalhota e remexer as marionetas da nossa cabeça, começa a mudança de percepção. Quantas destas teremos de aturar enquanto respiramos? Boa pergunta. Muitas de certeza. E em cada uma delas, haverá um sentido escondido.
Sentidos escondidos. Tão bom quando eles se revelam. Tão mau os caminhos que se tem de percorrer para os encontrar. Sim, óbvio. O caminho é essencial, o caminho é que nos molda. Mas também somos nós que escolhemos e fazemos com que este seja mais curto ou mais comprido. Por muito que pareça que nada podemos fazer, é mentira. A maneira de encarar as bifurcações permite criar este ou outro atalho, encontrar mais esta ou aquela parede.
Fácil falar quando a tempestade passou. Fácil dizer para agirmos de acordo com o que é melhor para nós. Mas quando a cambalhota acontece, cada um é que define o seu tempo, cada um reage como é capaz, cada um... Somos todos diferentes.

E o que é que se faz com o que nos fica na cabeça? Testa-se. Toma-se uma atitude para perceber se é realmente algo com presença suficientemente forte para nos afectar as entranhas. Se for forte, está tudo fodido. Se não for, é como que uma limpeza da alma. O sol ou as nuvens aparecem todos os dias, mas já não se olham como antes. O sabor da comida ainda trará consigo uma lembrança, mas aprende-se a saborear de novo. Um filme será apreciado, sem que a fotografia que de nós lá encontramos, traga mágoa. A diversão é vivida com uma nova intensidade, mais genuína. Um cheiro... Um cheiro vai sempre transportar-nos a um momento do passado. Fecha os olhos, sente e sorri até ele desaparecer do ar. O prazer, esse volta, renova-se e os sentidos agradecem todas as novidades.

Não se apagam memórias, há sempre algo que nos fica na cabeça. O segredo? Encontrar o sentido escondido. Aprender a transformar a memória que nos espreme os sentidos, numa lembrança boa, num segundo permitido de reminiscência saudável. Que nos faça lembrar que hoje, somos isto, por culpa dessa memória. Que se pense em forma de cliché: que sou mais forte, que é isto que quero ser, que me descobri.

O que morreu, morreu porque tinha de morrer.
O que ficou, ficou porque foi bom.
A única certeza: A vida vai-se escrevendo certa por linhas tortas.

quarta-feira, outubro 01, 2014

Entre as Onze e a Meia Noite

Lá estava ele.

Entre as onze e a meia noite, chegava sempre o momento de fumar o seu cigarro na varanda. O único do dia, o único que não deixou que a outra lhe tirasse. Compromissos fazem-se. Compromissos pagam-se. Tem conseguido cumprir, menos quando está com os copos e quando a outra fica em casa a dormir. Quando bebe fuma e quando fuma bebe. Sim, para o cigarro não se sentir sozinho a percorrer as suas entranhas, ele junta, ora gin, ora cerveja. A outra aprendeu a tolerar, apesar de ficar sempre a remoer sobre o porquê daquele vício quando o vê passar pelo sofá entre as onze e meia noite, em direcção à varanda.

Lá estava ele.

A acender o cigarro depois de ter dado o primeiro gole de cerveja ou de gin. Olhou para baixo, para a roupas que trazia vestidas e não se reconheceu. Compromissos fazem-se. Compromissos pagam-se. A outra deu-lhe tanta roupa nova, tem de a usar senão parece que não gostou. Para além disso, já reparou que quando veste alguma das suas roupas antigas, a outra não é capaz de o elogiar.

Lá estava ele.

O cigarro vai a meio. O copo já está vazio. Ele já não se sente no presente. Sente-se acorrentado a um futuro que não deseja. Parece que tudo aconteceu de um dia para o outro. Pensava-se feliz com a outra, pensava-se feliz com as decisões que tomou para si. Só agora percebeu que tudo o que fez, tudo o que criou, foi sob pressão. Uma pressão que ele gerou por si próprio, uma pressão desnecessária. Deixou-se apoderar por um medo inconsciente de ficar sozinho. E agora? Compromissos fazem-se. Compromissos pagam-se.

Lá estava ele.

Com o olhar perdido no espaço. O cigarro apagou-se sozinho. Voltou a si quando reparou que a luz da sala já não estava acesa. A outra foi-se deitar. Não lhe disse nada ou talvez tenha dito. Sei lá. Ele estava ali, mas a sua alma pairava bem longe. Será que a outra reparava se ele fugisse? Sim, claro que reparava. Mas ele tem a certeza que ela sabe que ele nunca foi seu. Deu apenas a entender que lhe pertencia por um curto espaço de tempo. Ingénuo. Só agora chegou à conclusão que a utopia não existe e que se existir, acontece naturalmente. Não assim. Não como ele agiu. E lentamente a ficha cai.

Lá estava ele.

Ancorado à infelicidade que tem vergonha de admitir.
Entre as onze e a meia noite.
Todos as noites.
A fumar o cigarro que a outra (ainda) não lhe tirou.
A beber a cerveja ou gin.
A relembrar tudo o que deixou para trás, tudo o que perdeu.
A desejar nunca ter afastado o verdadeiro amor da sua vida.
Porque no fundo, sabe que só esse amor, que nunca esqueceu, o acompanharia sempre, na varanda, com o cigarro, a cerveja ou o gin.

segunda-feira, setembro 15, 2014

FLOP

F - Olhos de criança, sorriso do diabo
B -Tenho uma filha
J - Dentes brancos
T - Zero interessante
J - Mãos, adoro as tuas
(P - Try harder)
F - Cérebro comestível
V - Sexy accent, olhos de lince
G - Criança adorável em corpo de adulto
J - A boca, os ombros, criador do cenário perfeito
J - Accent, incredibly handsome
G - Amigo
P - Jeito tímido

terça-feira, agosto 26, 2014

Pede uma Fotografia à Lua

Passado. Presente. Futuro.
Cada vez mais penso que penso demais.

Meti-me no carro e fui ter contigo à praia. Estava escuro e demorei algum tempo a encontrar-te. Pensei até que te tinhas cansado de esperar e que te tinhas ido embora sem dizer nada. Havia um direito legítimo para o fazeres. Afinal de contas, não te dei nada, só tempo de espera. 
Contra todas as expectativas, lá estavas tu. Sentado à beira-mar a fazer rabiscos na areia. Gorro da camisola na cabeça. Estavas igual a como te tinha deixado da última vez. E custou-me tanto virar-te as costas nesse dia. O meu único desejo era ter adormecido no teu peito. Não sigo os meus desejos muitas vezes, prefiro deixar que o arrependimento se apodere de mim. Método de tortura perfeitamente evitável? Sim, mas não para mim. Porquê? Sei lá. 

Fui-me aproximando devagarinho. Tinha medo que os meus passos te assustassem e apagassem a fotografia viva à minha frente. Senti a passagem da imagem para aquela parte do cérebro que guarda as nossas memórias e que por força das sinapses, me iria sempre poder levar de volta a este quadro. A luz da lua iluminava parte da tua cara. Tive de parar por uns segundos. Sentei-me a uns metros de ti e tu nem me sentiste. Não te conheci em criança, mas vi-te pequeno ali, à minha frente. Pegavas em conchas que desfazias com os dedos. Passavas os dedos pela areia e escrevias algo que, com a palma da mão, de imediato apagavas. Pudesse eu mostrar-te o que via... Perfeição que só a minha lente ocular captava. Egoísta. Quero este plano só para mim. 

Sentei-me atrás de te ti. Envolvi-me em ti. Agarrei-te com tanta força que se viesse uma onda, éramos levados assim, num infinito abraço. Eu não queria dizer nada. A procura das palavras certas é muitas vezes infrutífera e, neste caso, comunicar em silêncio fazia mais sentido do que qualquer cálculo matemático. 

Corpo contra corpo, senti quando te arrepiaste no momento em que, ao de leve, passei os meus lábios pelo teu pescoço. 
Corpo contra corpo, sei que me sentiste estremecer quando passaste os dedos pela minha perna. 
As nossas mãos encontraram-se, entrelaçaram-se e fizeram com que te virasses para mim. Acho que nunca nos tínhamos olhado desta maneira. Como um livro aberto, estava ali tudo o que éramos, espelhado nos nossos olhos. Espelhado um para o outro. Vi-me em ti, nua de qualquer segredo. 
Encostei a minha testa à tua. Tocaste no meu nariz com o teu. Uma sequência de movimentos tão lentos que parecia que alguém nos controlava, como que a editar a velocidade dos movimentos num filme.
O beijo que se seguiu levantou-nos do chão. O meu corpo cedeu por completo ao sentir o meu peito encher-se com aquela sensação tão difícil de verbalizar, aquela sensação de que o mundo deixou de girar e só nós existimos e só este momento existe e só isto importa e és só tu quem eu quero. 

E esse beijo durou para sempre. 
Quem não acreditar, que pergunte ao mar, que nos olhou até ao sol nascer. 
Que pergunte à areia que sentiu as nossas pegadas deixarem marcas em forma de infinito.
Que pergunte ao mundo por que parou de girar. 
Que peça uma fotografia à lua. 

Quem não acreditar, pouco importa. 

Passado. Presente. Futuro.
Tudo o que eu fiz... Foi deixar de pensar. 

quarta-feira, agosto 20, 2014

Ter tempo

Desconhecido.
Não parece que te conheço. Não olho para ti e tremo. Não olhei e soube.

Foste lá ter porque ela quis que fosses. A outra foi genuína e com isso ganhou algo. Sem nada procurar, sem pedir, sem desejar.

Ele entrou muito lentamente. Pediu para entrar. O modo da outra ver a vida fez com que fosse capaz de desenvolver uma conversa que, na verdade, em nada a atraiu. Mas ultimamente era assim. "Vamos ver".

Não. Não. Não. Não. Tudo bem.

O que fez com que a entrega fosse tão óbvia e natural ainda a faz pensar.

Não sabe se os sorrisos interiores são por fracções de momentos que tinha saudades de viver (está à tua procura), ou se é realmente por algo que sente, ainda indefinível.

Penso demasiado. Claro. Descansa-me saber que não sou a única que o faz. Sei que quem não pensa tanto tem a vida facilitada. Tentar racionalizar tudo o que nos acontece, às vezes, não nos leva a lado nenhum. Aprender a pensar menos? Para isso sei que preciso de ajuda e desse lado não estou a ter.

Mas precisas de estar sempre à procura de alguma coisa? Não, não precisas.

sexta-feira, agosto 15, 2014

The Iceberg is Melting Down (?)

She knew he was trouble after the first glance. She offered resitance. Exceeded the limits of using the word 'no'.
Why so?
She knew he was trouble. 
The first date was a thing of pure sweetness. He was nervous. She was nervous. He was so nervous. And they talked and their first kiss happened while that song you know played on the radio. 
A series of dates came afterwards. Each and every one of them showed her a piece of his world. A strange world, a world she's not used to at all, but against all odds, she was liking it.
The taste of romantic joy was starting to flow on her veins again. Day dreaming became more and more frequent. Idiotic and sweet smiles formed themselves on her face when talking about him. A part of her was back to life, finally. 

Until one day, he stopped calling. He didn't answer the phone. Nothing. She thought she'd been tricked, that it had been all just a game and that he had forgotten about her in a blink of an eye.
A week passed and no news about him. Until one day, while she was having dinner, as always, in front of the TV, his face appeared on screen. She choked on a sip of red wine and turned up the volume. 'Young man found dead in the forest after car crash'. 

The funeral was full of people. Friends, family, who knows. She hadn't met anyone that made part of his life, they were still fresh to have taken that step. She sat on the back, listening carefully to the emotional speeches that were being presented as a last homage for him. Happy, joyful, friend of his friends - just a few of the things that were said on that grey afternoon.

She had to look at him just one more time and so on she went, slowly walking towards the coffin. There he was. His blue eyes hidden by his closed eyelids. His light brown hair still glowing with the beautiful shades of sun passing through the small but  perfectly placed window pane on the right. His hands, closed together. Oh, how she loved those hands. She could almost feel the sweet touch of them of when he used to stroke her face. And his body... What a man. He used to grab her and almost brake her ribs with those reassuring embraces that made her lift her feet of the ground. She whispered goodbye to him and walked out, never looking back.

It wasn't love. It could have been, had they gotten more time to get to know each other. They kept company and had mild converations about their past and what had brought them to today. How their minds got shaped the way they were now. How people influenced what they had become. The baggage of the past was wide open and everything was shared with the most pure honesty. It seemed like everything they lived was culminating to be spread out at this moment and that they would help each other heal from whatever open wounds that could still be lying out there and turn them into beautiful scars. Scars that made them who they were. Scars they had to be thankful for, or else, they would have never found each other.

She was sad, there is no reason for lies. But it was a strange kind of sadness. The feeling of having someone making part of your life, of letting someone in and then having them suddenly disappear from your (and this) world, was too much for her to understand. There was no warning sign. One day he was there, making her laugh with his constant mood swings and ideas and the other he was just not there anymore. And the worst: she couldn't look for him. He was simply gone. Forever.

Was he enough to get her desintegrated brain cured? I can't answer that. No one can. It was definitely important some how. Feeling that some one finds you special even after having seen your worse is some thing excepcional, it lifts the spirit and makes you (maybe) believe again. Will she ever believe and give out her heart out without raising walls around her? No. The walls are there, but maybe, just maybe, they might now be more fragile and easier to destroy. If it is right, she will welcome you in.

"Pick it up. Pick it all up and start again."  

quarta-feira, julho 23, 2014

terça-feira, julho 22, 2014

Em branco

Tempo passa.

quinta-feira, julho 03, 2014

Because tomorrow I don't know

She drinks like there is no tomorrow.
She starts out with just a few beers.
The few turn in too many.
The many turn into one too many of them.
Her mind is settled.
Nothing else matters now.
She just wants to dance and sips oh just another drink.
Oh, you're paying, great!
Thank you.
She dances. She dances. She dances.
Screaming conversations in between dancing sceneries.
Music pumping, music she doesn't even like.
No, she's liking it. She moves like she's alone on the floor. 
Everyone that passes by is exchanging looks with her.
Her eyes wander between being closed and piercing other's eyes.
That look she does when wanting to kill. 
She kills, she knows she does. 
And it's all just for fun. 
Looking down, closing her eyes, she smiles. 
No, she doesn't care about anything right there and then. 
Blood? No, her body is now moved by alcoholic transparency. 
X-rays would glow.
No, no shame at all.
Come on people. You love it too.
Oh, this song is just what she needed now.
This song and those eyes.
Those eyes and those moves.
Those moves and that hand on her hip.
That hand on her hip and that smile.
That smile, the looking down, the looking up, the proximity, beat after beat. 
Closer and closer, they kiss. 
Dancing, swaying touches, mind blowing kisses. 
Slowing down, looking at each other.
Holding hands, it's time to go. 
Passing the dancing crowd. Oh stop, I just need to kiss you one more time. 
Blinding desire exploring the now found killer chemistry.
What a killer...
Pushing each other against the streets walls.
Moonlight watching. 
Should I go or should I go?

sábado, junho 28, 2014

Fugir? Só quem tem medo

Conclusão de um momento em que me vi perdida. O que é que aconteceu? Perdi o equilíbrio. Perdi-me.

Voltei a sentar-me no chão.
Voltei a deixar tocar algo que me toca.
Voltei a sentir o sal nos meu lábios.
Voltei a ter um sonho (mau).

Ligaram-me e não consegui falar.
Falei sem a alegria, sem a convicção que me tem definido. 
Desliguei do mundo, porque não quero que o mundo me veja fraquejar. 

Os meus olhos estão brilhantes. O meu corpo pede um canto, um lugar escuro e isolado. 
A minha cabeça pede uma pausa.

Tenho tanto com que me preocupar agora. Não faz sentido deixar-me invadir por esta onda que tudo dentro de mim devasta. Mas deixei. Estou a deixar. Não estou a ter forças para empurrar isto para fora. Estou tão cansada. 

Tenho-me deparado com várias criaturas estranhas a rodearem o meu espaço. Batem à porta a todas as horas. Dia, tarde, noite. Fazem-me rir. Dizem-me palavras bonitas. Umas mais que outras. Vários sentidos, intenções diferentes. Abro a porta para espreitar. Troco umas palavras, talvez um beijo e fecho a porta a quantas chaves for possível. O que falta? 

Por entre as vertiginosas histórias seria de esperar que não me voltasse a sentar no chão, que não deixasse a tocar algo que me toca, que não voltasse a sentir o sal nos meus lábios, que não voltasse a ter um sonho (mau). Seria de esperar apenas. Com toda a racionalidade encaro o que está a acontecer e sei que estou a esquecer o essencial, estou a deixar que uma qualquer boa memória mascare conclusões reais que me transformaram na pessoa que agora penso ser. 

Não quero partilhar o meu estado. Não quero que tentem interpretar o que estou a sentir. Não quero que tirem conclusões erradas. Fico comigo, só comigo. Que flua cá dentro tudo o que há para fluir. Que doa, que magoe, que me faça ser invadida pela saudade de outros tempos em que fui feliz de uma maneira diferente da que sou agora. Não voltaria atrás por nada deste mundo, mas acho que ter saudades é um direito que tenho: "as coisas vulgares que há na vida não deixam saudade, só as lembranças que doem ou fazem sorrir". 

Agora vou ficar aqui. Até me fartar. Até querer erguer-me para outro caminho. Sei que não vai demorar, mas vai consumir e eu vou deixar, porque às vezes é disso mesmo que precisamos para sair mais depressa. Não tendo pressa, não tentando evitar o que se passa. Senti-lo, vivê-lo e deixá-lo ir, assim como veio. 

domingo, maio 25, 2014

Viva? Barely

E arranjar um bocadinho de tempo na calada da noite para deitar umas palavras cá para fora? Parece-me a única maneira.
Um cansaço que nunca senti antes. Um cansaço que se vai manter amanhã e depois e depois e depois. O cansaço já me consumiu tanto que até o sono levou. Mas precisas de dormir, Joana. Precisas de força e blá, blá, blá.
Tendo o pior passado, cada dia só pode ser melhor. As nuvens vão começar a afastar-se e vai parar de chover em cima de nós.
Hoje a racionalidade fugiu durante 5 minutos. Voltou porque tinha de voltar. Voltou porque não tenho tempo para ser irracional. Por agora, isso é considerado um pequeno luxo.

E pois, não há forças para mais escrever.

terça-feira, março 18, 2014

A vaguear por mensagens de outros tempos

"É a porta do Retiro? Parece que não. Mas vais andar perdida por lá, tentando encontrar-te. E quantos significados pode ter o nome desse jardim (onde só vai quem tu quiseres, onde és senhora do tempo sem fim) para ti neste momento. R e t i r o. Retira-te. Pensa-te. Inspira-te. Transforma o nó da inevitável solidão numa corda tão segura que te permita, tanto agarrar, como caminhar sobre ela. Eu não estou, a Carolina não está. Mas estamos os dois porque, inevitavelmente, fazemos parte de quem és hoje. Tal como, quer eu, quer ela, também absorvemos o teu mundo. Deixa-te ser consumida pela cidade, pelo chão, pelo ar, pela construção e pelo mar (que não há). Aproveita. Quando voltares, Madrid já não vai ser a mesma. E tu ainda menos, ainda que não consigas notar as diferenças. Viajar é uma fuga que fazemos para, no meio do desconhecido, nos encontrarmos. É conhecer-nos, longe donde vimos e de quem somos. É sermos nós, não sendo. É o paradoxo mais admirável do universo. Cada passo que deres nas calles, vale mais do que possas pensar. Dá muitos. Inspira e Expira. Caminha. "Caminante no hay camino, se hace camino al andar.
Take care! I'll be watching you."

sábado, março 08, 2014

I refuse to settle for anything less than butterflies


"Some people are settling down, some people are settling and some people refuse to settle for anything less than butterflies."

This may explain myself right now. I refuse anyone that doesn't give me the shivers, that mind-blowing quiver you feel in your belly and all over your body. I felt it once in my life and it lasted a lifetime, until it ended. It's hard to imagine it happening again, being grown up, having lost the childish innocent view of the world. - When you feel something new for the first time, when you can't explain what's happening to you, when your feelings scare you to death because you don't know what they mean. When you realize that what you're feeling is  probably love, in its most pure and and unique form. -

The longing for the presence of that person. Missing them every minute of every hour. Feeling your heart ache when spending just a few hours apart. A touch that makes you feel weak. The fluttering sensation when even the most minimalist of eye contact brings you to an orgasmic state of bliss. 


The wings are clipped for now.


Having met actually great guys that would treat me like a princess even in my most unbearable states of mind make me think that I may be too picky, that I'm letting myself fall into a state of  numbing out all of my emotions and being dragged in a forever childish belief that someone will come along who will make me say: fuck it. Love me, hurt me, you're worth every emotion. Every one that comes along just lacks the basic chemistry.


I need that. I need chemistry. I need to feel out of control. I need to miss him. I need him to be the last thought before I fall asleep. I need to feel that almost unbearable desire of must having to have him right there and then. That guy, out there somewhere, is saving butterflies in a jar for me. And I know I'll know it when I see him, because the sensations will burst without a warning sign. You can't force chemistry, you can't force butterflies. But when it happens, it's out there, no turning back.



I refuse to settle for anything less. 



quinta-feira, março 06, 2014

Conversas de Degrau



- Olha acho que o teu problema é sentires as coisas com demasiada intensidade.

- O quê? Demasiada intensidade? E o resto das pessoas, não sente as coisas assim, é isso que queres dizer?

-Não, Joana. Calma. Tu és diferente. Não sei bem explicar-te, mas é o que eu vejo. Sei mais sobre ti mais do que muita gente e espero continuar para sempre a saber. Quando te acontece alguma coisa, seja boa ou má, tu tens uma maneira especial de reagir às coisas.

- Não consigo perceber o que queres dizer... Toda a gente tem a sua maneira de reagir. 

- Sim. Não me interpretes mal. Como é que eu te explico isto sem que te passes? Olha, isto, por exemplo, já estás aí a remoer não sei quantas ideias e eu não disse nada de mal.

- Não estou a remoer nada. Gostar de perceber as coisas, não me parece um defeito.

- E ninguém disse que era um defeito. Só acho que às vezes, essa tua maneira de quereres chegar ao fundo de um assunto, de um acontecimento, de algo que te fazem ou dizem sobre ti... te faz mal. És talvez a tua pior inimiga. Deixas corroer aí uma ideia durante demasiado tempo e não te libertas enquanto não encontras outra para ocupar o lugar.

- Sou uma doida obsessiva portanto.

- És um bocado, mas eu gosto de ti assim. 

- Estúpido.

- Parva. Mas voltando à intensidade... Não é um defeito teu, é talvez aquilo que faz de ti a pessoa especial que és. Acho que é capaz de ser a qualquer coisa de inexplicável em ti...

- Qual qualquer coisa de inexplicável?

- Quando te sentes atraída por alguém é por alguma razão, certo? E não falo só a nível amoroso... com pessoas amigas, família, etc. E normalmente sabes explicar quais as características da pessoa que fazem com que gostes dela ou tenhas especial ligação. Calma. Não estou a dizer que não sei explicar as razões que fazem com que goste de ti. Há muitas e tens muitas características positivas e negativas.

- Negativas? Então meu?

- Não. És perfeita, queres ver. Vá, cala-te. Para além disso, há aí qualquer dentro de ti, inexplicável, que faz de ti quem és. Que faz de ti essa pessoa intensa, às vezes agressiva sem o saberes, essa pessoa interessante que não mostras a muita gente. Não sou só eu que digo isto. Quando te mostras, como te mostras a mim e aos poucos a quem escolhes mostrar, são poucos os que não se apaixonam por ti e pelas tuas paixões. É bom teres essa "qualquer coisa", faz de ti, muitas vezes, uma pessoa difícil de perceber, mas especial. Faz com que se tenha de percorrer um caminho turbulento para te conquistar, mas cada meta é uma surpresa positiva.

- Já estou a gostar mais agora.

- Claro... Gorda. Entretanto acho que já fugi ao assunto e tudo. Enfim. Se calhar precisavas de ouvir isto também. Estava a falar sobre ti no outro dia e disseram-me exactamente isto, "ela é uma miúda especial" e também não me souberam explicar porquê. 

- Quem? Quem?

- Nem penses que te vou dizer. Uma pessoa que conheceste, pronto e em pouco tempo causaste essa impressão.

- Oh, diz lá quem é... Qual é o problema?

- Nenhum, mas caga nisso. Queres mais uma jola?

- Ya, claro.

- Voltando ao assunto que nos trouxe até aqui, ou melhor, os assuntos... Tu agora ainda andas a preencher a tua cabeça com mais coisas parvas do que normalmente.

- O que é que queres...? Há dias em que não espero nada e acontece tudo. Há outros em que espero tudo e não acontece nada. Quando acontece ao mesmo tempo fico neste estado... E sim, estou a chegar ao teu point. Se calhar deixo que estas pequenas coisas se entranhem a correr e dou demasiada importância a algo que nada quer dizer. Mania parva de procurar um significado em tudo... 

- Exacto. Mas isso não é mau! Só é mau quando te deixas consumir por uma ideia que, na realidade, sabes que tem poucas hipóteses de passar de uma ideia. E tu sabes isso, mas rodas e dás voltas e voltas até surgir algo que precise que sobreponhas a tua atenção a isso. És uma criança em relação a certas coisas a encarar na vida. Mas também não quero que cresças... Só um bocadinho talvez.

- Tu és mesmo das poucas pessoas que me sabe ler.

- Estes anos todos tinham de servir para alguma coisa, não?

- Pois, convém! Mas eu também te leio, pensas o quê?

- Eu sei que lês...

- Bem, agora falando de coisas sérias... Para onde vamos a seguir? I need to dance.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Arrependimento ZERO

Conhece-o desde que se lembra de existir.
No entanto, contam-se as palavras que trocaram.
Era mais um no mundo.
Encontravam-se anualmente em eventos de amigos em comum.
Para além do apressado "olá", pouco mais um ao outro diziam.

Atracção física? Claro que sempre existiu.
Mas não mais que isso, não mais que um pensamento.
Ambos sabiam que seria uma espécie de incesto.
Ela nunca teve interesse.
E tanto quanto sabia, ele também não.

Uma noite.
Muitos copos.
Elogios descabidos reproduzem-se na sua cabeça em tom de "blá blá blá".
7 da manhã e, como sempre, ela ainda dança.
Sem nada dizer, ele dá-lhe a mão.

Táxi.
Um beijo.
"Não. Pára. Não podemos."
Outro beijo.
Ela ri-se, tentando encontrar sentido no que está a acontecer.
O álcool não ajuda ninguém a pensar.
Ela desiste.

Saem do táxi.
Os beijos intensificam-se.
Os corpos pedem mais.
"Ouve, é melhor pararmos".
Ambos sabem que já não há maneira de parar seja o que for.
Pensa: ele sabe o que está a fazer... Merda... O que é que eu estou a fazer???

Deixam-se levar.
Era Inverno.
Mas não para eles.
Não naquele momento.

"Não contes a ninguém."
Despedida lenta.
Nada mais a dizer.
Sabem que não se vão encontrar durante muito tempo (e ainda bem).

9.30 da manhã, cai na cama e adormece.

Acorda 3 horas depois.
Senta-se na cama e percebe que não foi um sonho.
Ri-se ao relembrar a noite.
Nunca vai perceber o que fez com que o impensável acontecesse.
Aconteceu.
Ela não deve nada a ninguém.

Arrependimento: zero.

sábado, fevereiro 22, 2014

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Hey Baby, Mrs Cold

She can't loosen up. She just can't.
They wanna get to know her, they wanna go to the movies, they wanna kiss her.
But she's just not feeling it.
Beautiful words are formed for her, but she only manages to respond with crooked, cornered smiles.

Maybe it's her childish idea that someone will come along, she will look at him, and just know it. Never thought of her as a believer in destiny and all that kind of crap, but it seems like she's hanging on something like that. She needs to feel a true connection from the starting point, or else, she'll just lose interest.

Yes, they went out for a beer. They laughed. They shared stories and got to know a bit of each other. When she got home, a weird feeling was flowing inside of her and no, it didn't feel good. She didn't even find herself thinking about that person for a whole minute after they met. Better yet, she found herself thinking only about all the flaws she found in him, all the things that make him (actually a nice person) wrong for her and how she couldn't find true interest in the things he said. How no connection at all happened in that 2 hours of small talk. Maybe that was the problem, only small talk happened and she can't stand small, meaningless talk anymore in her life. The problem is, he seemed to find meaning or whatever in those hours... And how do you tell someone you hardly know, that after a couple of hours you already know there's no interest in meeting them further? You don't. If you're her, you wait for the first opportunity to act bitchy, hoping he will lose interest when getting to know her "not so nice and pretty side". The opportunity formed itself pretty quickly actually, she still isn't sure if it worked or not, but she's glad he didn't try to reach her in the last couple of days. And counting...

Is she broken? Is she evil? Did she become too demanding? She knows perfection doesn't exist and even finds perfection boring, but what the fuck is she looking for then? Nothing. She's not hoping for the right person to appear magically on the corner of the street. She doesn't need one now. And the ones she meets... She's just giving them chances to show her if they could be worth it. All of them just make her realize what she doesn't want. Yes, that can be good.

Real connections... Chemistry... It happens so randomly, but when it happens, it may take you to places you've never been before. She's glad to have found it with a couple of people. She's glad it has presented itself to her when she most needed to believe real chemistry can exist between more than with just one person. It's just good to know the possibility of a real and intense connection exists with someone (new). And maybe that also made her raise the wall (?) around her. She feeds on the connection. Connect, click, clack.

We're social beings, we need witnesses to our lives. We may be alone (and perfectly fine), but I think every one needs, every one likes to have some one they can share thoughts, ideas and accomplishments they've made. And some times, you find yourself only wanting to share most of your world to a specific person (which usually means: trouble). That's just how it goes, you're a human being. You connect. You disconnect. You connect. You disconnect.

Most of them will only get to know Mrs Cold.


domingo, fevereiro 16, 2014

Divaga

Foram passear.
Encontraram-se acidentalmente de propósito.
Há muito tempo que não sentia os olhos dele percorrer as linhas dela. Tinha receio que esses olhos a agarrassem outra vez. Andaram durante horas.  A cidade parecia contente de os ver outra vez preencher as ruas com os seus passos em conjunto.
Assim como um música às vezes parece escrita para um determinado momento, tudo ali parecia fazer sentido. As piadas antigas saíram do caixote, os risos cúmplices formavam uma sinfonia tão familiar, mas também tão diferente. O tempo muda as pessoas... Muda as vontades, muda as ideias, muda o que procuramos. Apesar de se sentirem em casa, ambos sabiam que não podiam estar mais longe da casa que um dia foram.

O que um dia nos magoou mais do que alguma vez poderíamos imaginar, tende a ser posto de lado quando nos encontramos nestes momentos. Posto de lado, não esquecido. Posto de lado, apenas por uma efemeridade de tempo. Principalmente por ela. Ela não esquece. Ela sabe e sempre soube mais do que ele alguma vez possa ter pensado. E, por tudo isso, os breves momentos de fraqueza são imediatamente apagados e engolidos pela racionalidade. Engolidos pela mágoa que não persiste, mas que já fez doer todas as partes do seu corpo.
Ela desapareceu do mundo dele. Sabe que não pode lá estar, não quer, não quer que alguém que não a respeite faça parte do seu mundo. Aprendeu que todos os dias fazemos escolhas sobre quem deixamos entrar e ficar na nossa vida. Muitas das portas que abriu nos últimos tempos foram um erro. Não se arrepende, mas percebeu que agora estava na altura de escolher com pés e cabeça.

To be continued...

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Promises

I promise to love you forever.
I promise to be always be there for you.
I promise to take you to places you've never been before.
I promise, together, we'll conquer the world.
I promise I'll never leave you.
I promise you'll always be the only one.
I promise to miss you every time you shut the door.
I  promise to hold you.
I promise to kiss you.
I promise to make love to you.
I promise you my shoulder when you need to cry.
I promise you my chest when you need to rest.
I promise you peace.
I promise to listen without judging.
I promise to tell you when you're wrong.
I promise to catch you before you fall.
I promise to take you dancing.
I promise you my bed.
I promise you my body.
I promise to hold your hand.
I promise you my laughs.
I promise to learn to love your flaws.
I promise to let you always be yourself.
I promise to be silent.
I promise I'll always wanna get to know your world.
I promise I'll always show you my world.
I promise we'll always learn together.

At some point it made sense and that's enough.


segunda-feira, janeiro 27, 2014

They just click.

It may not be love just yet.

It's more than just something.

Why does she blush so much?
Why is he so easy to talk to?
Why do they read each others minds?
Why do they have the same ideals?
Why do they dance to the same songs?
Why are sparks palpable when they talk?

She is truly herself for him.
He's truly himself for her.

Both know, if alone together, they'll just let everything go.
If alone together, rooms would be torn to pieces.
If alone together, they would fall in love.

She's not waiting. But sits and wish.

Words are left unsaid.
Feelings are put away like a message in a bottle.

Hard to ignore.
They really click.


quinta-feira, janeiro 23, 2014

Stranger

He watched her dancing.

He said she looked different from everyone else.
He said she was the only one who didn't dance for the crowd.
He said she was dancing for herself.
He said she didn't realize how beautiful and dangerous she was.

And then he disappeared.
And she smiled.

sexta-feira, janeiro 10, 2014

This is our lovely dance

Take it slow, they say.

They don't know what you're feeling. You feel like a bird, you feel like a crazy person trying to find a bit of reason in all of this. You're lost in words that make you feel like being born again.

They just don't know.

You keep on following advice. You keep on trying to avoid being hurt by what surrounds you, but the surroundings help you in a way they don't understand. You feel alive again, you feel like conquering the whole fucking world. What did this person do to you? Not even me, not even I know.

She's so lost, they say.

She isn't. She found herself in this forsaken place. She's slowly knowing who she is again. She doesn't know what to say, she's afraid of scaring it away again. No, she can't bare scaring it away again. She needs his words, she needs his wisdom, his world. His worls is a place to explore. So big of a place she can't even begin to describe its power towards her.

Oh please don't.

She's really scared. Is he as scared as her? Probably. She just has to go along with it and understand that only time will make him see what's really lying aroud here.